Almir e Camacho comemoram
o retorno à primeira divisão.

Rio – O técnico Levir Culpi não conteve o choro ao falar de uma “alegria dupla e intensa” por ver Botafogo e Palmeiras classificados para a primeira divisão do futebol brasileiro. Ele disse ter recuperado a auto-estima após a rodada do sábado à noite pelo quadrangular final da série B do campeonato brasileiro. Ainda exultante com a vitória do Botafogo sobre o Marília por 3 a 1, o treinador ressaltou que estava deixando para trás o pior ano de sua vida. “A minha felicidade pelo êxito do trabalho no Botafogo é enorme. E com a volta do Palmeiras à elite passa a ser maior ainda.”

Levir era o técnico do Palmeiras no final de 2002, quando o clube foi rebaixado. “Me sentia sim o responsável pela queda do Palmeiras, sua torcida, sua história, seus atletas e dirigentes, ninguém merecia aquele infortúnio. Mas agora o pesadelo passou.”

O treinador tem contrato verbal com o presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, até 2005 e disse que pretende permanecer no clube carioca. Negou que tenha recebido propostas de outros clubes, dizendo apenas que gostaria de descansar após a última rodada do torneio, no sábado, quando o Botafogo enfrentará o Palmeiras, em São Paulo, num jogo que desde já ganhou caráter festivo. “Depois, só em janeiro.”

O técnico não se cansou de fazer referências ao ex-clube e disse que vai ser uma grande honra enfrentar o Palmeiras na situação “mais do que confortadora” em que se encontram os dois clubes. “O sentimento por que passei desde o rebaixamento do Palmeiras foi o de fracasso, impotência. Entrei em 2003 torcendo muito pelo Palmeiras e pelo Botafogo. A grandeza das duas torcidas foi fundamental para a reviravolta de ambos.”

Ele disse que o desgaste emocional numa série B é maior que o da competição principal, quando se trabalha num grande clube, como o Botafogo. “A cobrança é bem maior, tudo é muito difícil. Importante agora é que Botafogo e Palmeiras nunca mais caiam.”

O técnico fez questão de dividir com os atletas, os torcedores alvinegros e Bebeto de Freitas a classificação. Destacou também a influência de sua família para obter sucesso no Botafogo. “A alegria que sinto é única. Não vou esquecer jamais desse presente duplo que recebi.”

Estórias

Levir Culpi está escrevendo um livro sobre passagens suas no futebol e deve concluí-lo somente em 2004. Nele, garantiu, vai estar registrado um capítulo especial ao Botafogo. “Agradeço ao Bebeto de Freitas por ter me dado a oportunidade de recuperar minha auto-estima. Sou um homem feliz.”

Festa rompe a madrugada

AE

Rio – Durante toda a madrugada de ontem, centenas de torcedores do Botafogo ocuparam bares das zonas norte e sul da cidade para comemorar a classificação da equipe. Em frente à sede de General Severiano, uma bandeira gigantesca foi estendida. Houve buzinaço por Copacabana, Ipanema, Leblon e outros bairros da cidade. O Túnel Santa Bárbara, nas Laranjeiras, chegou a ser interrompido por alguns minutos para que os torcedores deixassem seus carros e cantassem o hino do clube.

Um grupo de alvinegros mergulhou de madrugada na poluída Praia de Botafogo, a fim de festejar à volta à primeira divisão. Em vários prédios de Copacabana e Humaitá, bandeiras do Botafogo foram afixadas nas janelas.

Os botafoguenses não estavam preocupados com o título da série B, que ficou por antecipação com o Palmeiras. E sim orgulhosos em retornar à divisão principal do futebol brasileiro.

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