Pouco depois de anunciar sua saída do Comitê Executivo da Fifa, Nicolás Leoz colocou à disposição o seu cargo como presidente da Conmebol. O dirigente concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira para dizer que convocou uma reunião na próxima terça-feira com os presidentes das confederações nacionais da América do Sul e os membros do Comitê Executivo e estes decidirão o seu futuro da entidade.

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“Encontro-me mentalmente muito bem. O problema é físico. As viagens já são um problema. Estou entrando em uma idade em que devo deixar um lugar para os mais jovens”, disse Leoz, de 84 anos, que comanda a Conmebol há 27 e está no seu sexto mandato consecutivo. Ele sofre com problemas cardíacos e já foi submetido a quatro cirurgias no coração, a última delas em novembro.

Pelas mesma razões ele renunciou aos cargos que tinha na Fifa, como expressou na carta endereçada a Joseph Blatter: “Pela presente (carta), levo ao seu conhecimento que por razões de saúde e de ordem pessoal não será possível continuar com meus trabalhos no Comitê Executivo e nas comissões da qual sou membro”, explicou.

Leoz vinha sendo um membro do importante órgão da entidade que controla o futebol mundial desde 1998. O paraguaio resolveu deixar de integrar o comitê na mesma semana na qual existe a expectativa de a Fifa anunciar decisões decorrentes de uma investigação que apura o pagamento de propinas a cartolas no mundo do futebol. O dirigente foi acusado por um tribunal criminal suíço, em 2008, de ter recebido pagamentos da empresa ISL, que foi parceira de marketing da Fifa. A agência declarou

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falência em 2011.

A Fifa também informou nesta terça que a “Conmebol terá agora de decidir imediatamente um substituto de Nicolás Leoz como um de seus representantes no Comitê Executivo da Fifa no período remanescente de seu mandato”.

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Os outros três representantes da Conmebol no comitê da Fifa são o argentino Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), e o brasileiro Marco Polo del Nero, que substituiu Ricardo Teixeira. Este último deixou de ser membro da entidade após renunciar à presidência da CBF, agora dirigida por José Maria Marin. Del Nero e Marin acompanharam Leoz na entrevista coletiva desta terça.

A renúncia de Leoz vem exatamente dois dias depois das eleições presidenciais do Paraguai. Foi eleito Horacio Cartes, que era o atual presidente do Libertad. Leoz também já ocupou esse cargo e é torcedor declarado do clube. O estádio do time leva o nome do dirigente.