Leonardo critica CBF por falta de diálogo

Roma (AG) – Como ex-jogador da seleção brasileira e dirigente do Milan, Leonardo está sofrendo particularmente com o impasse entre o clube e a CBF para a cessão de jogadores para a seleção brasileira. Para ele, a entidade não está aberta ao diálogo.

AG – Como você vê o impasse entre CBF e Milan?

Leonardo: Os calendários dos clubes e da seleção são desequilibrados, com datas que dificilmente se conciliam. Existe um regulamento da Fifa que as confederações e os clubes respeitam, mas neste caso é possível dialogar. O clube pode aplicar o regulamento ou ser maleável, porém é preciso conversar. Na falta de diálogo, prevalece o regulamento. Neste caso, o Milan aplicou a regra a seu favor. Às vezes, o regulamento pode ser cruel, mas é o regulamento.

AG – Como dirigente do Milan e ex-jogador da seleção, você tentou dialogar com o clube e com a CBF?

Leonardo: Tentei dialogar antes da Copa América, mas não houve abertura da CBF. Gostaria de destacar a admiração e respeito que tenho pelo Parreira e pelo Zagallo, mas com os dirigentes da CBF é difícil. Na partida com o Haiti, eu estava de férias. Eles só mandaram um comunicado apresentando a lista dos jogadores convocados e não tentaram conversar.

AG – Por que o Milan não os liberou para a partida?

Leonardo: O Milan tinha uma importante partida da Supercopa no dia 21 de agosto. O clube explicou aos jogadores, que, embora chateados, entenderam a decisão. O Milan viu o seu interesse mas, se a situação continuar assim, ninguém vai sair ganhando.

AG – A CBF poderia estar esperando que você abrisse a negociação com o Milan?

Leonardo: Como brasileiro, sinto este problema na pele. Mas trabalho para o Milan e não para a CBF. O Milan parece estar aberto ao diálogo, mas a decisão de liberar os jogadores não é minha. O que eu proponho é o diálogo. Assim, poderíamos, por exemplo, liberar os jogadores (Kaká, Cafu e Dida) alternadamente.

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