Lenda do tênis, Billie Jean King pede mais espaço na Fifa para as mulheres

Uma das maiores tenistas de todos os tempos, a norte-americana Billie Jean King deixou a modalidade de lado nesta segunda-feira para falar de outro assunto que domina igualmente. Grande ativista em prol dos direitos das mulheres, a ex-atleta de 72 anos realizou um discurso na Fifa no qual pediu uma representatividade feminina maior na principal entidade do futebol mundial.

King considerou que a mudança de poder na Fifa, com a eleição do suíço Gianni Infantino para substituir a dinastia de Joseph Blatter, e a necessidade de revitalização da entidade após os escândalos de corrupção que estouraram no ano passado formam a circunstância perfeita para torná-la mais igualitária em relação aos gêneros. “Nenhuma pressão, mas o mundo conta contigo”, disse a ex-tenista a Infantino, que estava sentado na primeira fileira durante seu discurso.

A Fifa não possui mulheres em cargos diretivos com responsabilidade para o futebol nem para assuntos comerciais depois de mais de 17 anos sob o poder de Blatter. Já são quase quatro anos sem uma mulher no Comitê Executivo, mas para o ano que vem deverá ter ao menos seis – uma de cada confederação continental -, em meio a um renovado conselho com 37 membros, uma das propostas de Infantino para seu mandato.

A proporção de pouco mais de 16% de representação feminina no conselho, no entanto, está longe dos 30% fixados como meta no ano passado por ativistas do futebol feminino. “Não podemos nos limitar a ter uma banca (na direção da Fifa). Trata-se de ter uma voz”, comentou Billie Jean King.

A ex-tenista sugeriu três passos a Infantino em busca da igualdade de gêneros na entidade: garantir um terço de representação feminina entre os novos contratados para cargos gerais, designar um secretário-geral com “antecedentes comprovados de apoio à igualdade entre os sexos” e designar uma equipe para criar estratégias para o futebol feminino.

“Não só estas reformas são o caminho moral correto, como também têm sentido comercial”, afirmou King. “O negócio que é o futebol feminino tem um alcance tremendo e é obrigação da Fifa investir nos recursos necessários”, completou.

Infantino foi eleito há dez dias, horas depois de os membros da Fifa terem aprovado um pacote de reformas que os compromete a promover o futebol feminino.

Já Billie Jean King tem um longo histórico de briga por igualdade entre os gêneros, inclusive tendo atuado em uma partida que ficou conhecida como “Batalha dos Sexos” em 1973, quando, aos 29 anos, derrotou o ex-tenista Bobby Riggs, de 55. Em sua carreira, a norte-americana faturou nada menos que 39 títulos de Grand Slam, sendo 12 de simples, 16 de duplas femininas e 11 de duplas mistas.

Voltar ao topo