Lembrando Juiz de Fora, Coritiba garante que viaja

O aviso foi dado à comissão técnica do Coritiba na manhã de ontem: com qualquer decisão, a delegação alviverde viajaria a Belém para enfrentar – ou não – o Paysandu. Com o passar do dia, ficou óbvio que a rodada aconteceria, e dessa forma o técnico Paulo Bonamigo e os jogadores alviverdes conseguiram ter uma quarta-feira praticamente normal. Até porque, segundo a diretoria coxa, a lei deve ser cumprida. E não era interessante dar sopa para o azar.

A cúpula alviverde reuniu-se no final da manhã, e dali partiu a decisão de ?furar? as determinações dos oito clubes rebelados e da CBF. Informados apenas pela imprensa, os dirigentes partiram para a defesa da legalidade. “Nós temos um compromisso e vamos cumpri-lo”, resumiu o secretário coxa Domingos Moro.

Apesar disso, Bonamigo ainda parecia surpreso no início da tarde. Antes de conceder entrevista coletiva, o técnico alviverde pediu para saber mais informações sobre o caso. Inteirado, Bonamigo disse que o melhor era o diálogo. “A confrontação com ordens ou leis é prejudicial. Acho que o ideal era que todos sentassem em uma mesa de negociação e chegassem a um ponto ideal”, afirmou.

Em consonância com a diretoria, o treinador garantiu que o Coritiba iria ao Pará de qualquer jeito. “Nós estamos trabalhando da mesma forma que estávamos trabalhando antes que tudo isso acontecesse. A nossa preparação é para o jogo de domingo, contra o Paysandu”, disse Bonamigo. A atitude foi reiterada por Domingos Moro, que chegou ao treino no final da tarde, já com a tendência da realização da rodada confirmada.

E Moro lembrou de um fato da história do clube, que serviu para sustentar a iniciativa de viajar de qualquer jeito. “Nós já sofremos com o caso de Juiz de Fora”, afirmou o secretário coxa. Recordando, no Brasileiro de 89 o Cori – amparado por uma liminar – não foi enfrentar o Santos em Juiz de Fora, e mesmo assim foi sumariamente rebaixado. Dali em diante, nos seis anos seguintes, o clube sofreu na segunda divisão.

Com isso, os jogadores, que já estavam meio ressabiados com a história, puderam pensar somente no jogo. “Sempre temos que lembrar daquele que tira do próprio bolso para manter o esporte”, finalizou, ao seu melhor estilo, o “Senador” Roberto Brum.

Mais duas baixas para Domingo

Então, tá. Coritiba e Paysandu jogam domingo, às 16h, no estádio Mangueirão, em Belém. Se é assim, o técnico Paulo Bonamigo segue colecionando problemas para a partida. Ontem, enquanto a ponte Rio-Brasília pegava fogo, o departamento médico alviverde tentava recuperar Lima, que reclama de dores musculares, e Willians, que torceu o tornozelo na partida contra o Vasco.

E ambos devem ficar de fora do jogo do final de semana. “Eles estão com problemas de gravidade semelhante. Apesar do Lima não ter nenhuma lesão, a recuperação dele está muito lenta. E o Willians ainda sente dores”, explicou o médico Walmir Sampaio. Mesmo sem melhoras visíveis – e quase vetados -, os dois jogadores passam hoje por um teste definitivo. “Queremos esperar até o último instante”, afirmou Bonamigo.

Dentro de campo, foi visto o novo esquema tático coxa. Com a implementação do 4-4-2, Reginaldo Nascimento voltou a ser volante, e a equipe ficou mais ofensiva com a entrada de Souza no meio-campo e a confirmação de Marcel no ataque. Em contrapartida, os laterais Maurinho e Leandro jogaram como defensores. “Nosso interesse é a vitória, mas não podemos ter um time desequilibrado. O Paysandu tem alguns desfalques, mas temos que respeitá-los porque eles jogam em casa”, resumiu o treinador alviverde.

O rendimento foi o esperado: sentindo dificuldades, o time titular ficava às vezes vulnerável, mesmo que no ataque o aproveitamento era bom, principalmente com a boa participação de Souza e Jackson. Devendo ser confirmado após o treino desta tarde, o provável Cori formou com Fernando Vizotto; Maurinho, Danilo, Edinho Baiano e Leandro; Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Jackson e Souza; Marcel e Edu Sales.

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