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Klein defende revisão de processos antidoping para evitar repetição do caso russo

Marco Aurélio Klein, ex-secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, defendeu a revisão de todos os processos antidoping nas competições esportivas para identificar se outros países, além da Rússia, burlavam os exames.

Na noite de terça-feira, o jornal norte-americano The New York Times citou Anna Antseliovich, diretora-geral da Agência Antidoping da Rússia (Rusada, na sigla em inglês), para garantir que o país reconheceu uma “conspiração institucional” para burlar os exames antidoping e seus resultados positivos. Com isso, permitiria o uso de substâncias proibidas pelo seus atletas, ainda que sem a participação das autoridades do Kremlin no esquema.

A declaração foi apontada como a primeira em que uma autoridade russa admite a realização do esquema, considerado uma das maiores conspirações da história do esporte, pois envolveria mais de mil atletas.

“É preciso revisar todos os processos. A prática pode ser realizada por outros países, não só a Rússia”, afirmou Klein. “Se analisarmos a escala, o tempo e a intensidade dessa ação de estado, podemos imaginar que não se trata de uma prática específica dos russos”, acrescentou o especialista.

Após a veiculação da declaração, a Rusada divulgou um comunicado oficial afirmando que os comentários realizados pela sua diretora-geral, sobre a suposta existência de um esquema de uso de substâncias proibidas no esporte do país, foram distorcidos. A Rusada, portanto, nega a admissão do escândalo.

Investigações haviam apontando para um doping com participação estatal, conduzido com a ajuda do governo e realizado para garantir medalhas. A apuração levou a mais de um terço da equipe russa a ser excluída dos Jogos do Rio. Mas o Comitê Olímpico Internacional optou por manter o país no evento, alegando que não poderia haver uma punição coletiva.

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