Justiça italiana reabre o polêmico “Caso Senna”

O Supremo Tribunal da Itália acolheu o recurso do Ministério Público e reabriu, ontem, as investigações sobre a morte do piloto Ayrton Senna. Com isso, fica anulada a sentença emitida pelo Tribunal de Apelo, dia 22 de novembro de 1999, que inocentou o proprietário da equipe de Senna, Frank Williams, e os projetistas do carro, Adrian Newey e Patrick Head, pela morte do piloto, dia 1.º de maio de 1994, no circuito de Ímola.

Outros acusados de homicídio culposo e que saíram livres foram os responsáveis pelo autódromo, Federico Bendinelli e Giorgio Poggi, e o inspetor de segurança da Fórmula 1 na época, Roland Bruynseraede.

Sobre Williams, Newey e Head pesava o fato de a perícia técnica ter apurado que o carro de Senna ficou sem controle, na curva Tamburello, por causa da quebra da coluna de direção. Uma solda realizada sem critério técnico teria sido o motivo do rompimento da coluna. Já Bendinelli e Poggi sentaram no banco dos réus por possíveis irregularidades no estado do asfalto da pista que administravam, o que não teria sido observado por Bruynseraede. O juiz Antonio Costanzo, no entanto, absolveu todos, cinco anos depois de aberto o processo contra os seis. Imediatamente o Ministério Público comunicou que recorreria da decisão.

Nesta segunda o Supremo acolheu seu recurso. A próxima audiência deverá ocorrer a partir de junho, enquanto o GP de San Marino, em Ímola, está programado para o dia 20 de abril. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) deverá manifestar-se, alertando que a Fórmula 1 não irá para a Itália se houver qualquer possibilidade de Williams, Newey e Head serem detidos por alguma razão, como prestar depoimento.

Testes

Começa nesta terça-feira, no circuito Ricardo Tormo, em Valência, uma série de treinamentos com a presença de oito das dez equipes de Fórmula 1.

Áustria se despede da F-1 em 2003

O GP da Áustria deste ano será o último da F-1 no país. A informação foi dada por Bernie Ecclestone neste fim de semana. O motivo é uma nova lei antitabaco que entrará em vigor na Áustria a partir de 2004. “Vamos correr em Zeltweg pela última vez em 18 de maio deste ano. Depois, acabou”, falou Bernie, homem que controla os interesses comerciais da categoria. “O GP tem contrato até 2006, mas há uma clásula de rompimento que prevê saída em caso de modificações na lei que proíbe propaganda de cigarros. O responsável é o ministro da Saúde, que deu aval a essas mudanças.”

Ecclestone não demonstrou preocupação com a perda de uma tradicional prova do mundial – o GP da Áustria foi disputado pela primeira vez em 1964. “Nós vamos correr em 2004 na China e no Barein; em 2005, em Istambul. Logo depois, faremos uma etapa na Rússia. É possível que a gente tenha 5 ou 6 corridas na Europa central”, concluiu.

O GP da Áustria fez parte do calendário em 1964 e de 1970 a 1987. A etapa vinha sendo realizada interruptamente desde 1997 no circuito de A1 Ring. A pista, travada, foi feita aproveitando poucas partes do antigo e veloz Zeltweg. Nos últimos dois anos, a corrida foi marcada por ordens de equipe da Ferrari para favorecer Michael Schumacher. Em 2001, Rubens Barrichello abriu mão de um 2.º lugar, enquanto no ano passado barrou a vitória do brasileiro.

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