São Paulo – Rogério volta ao time para pôr ordem na casa, domingo, contra a Ponte, no Pacaembu. Essa também foi a razão pela qual o técnico Juninho resolveu deslocá-lo da lateral direita para o meio-de-campo. A mudança, porém, não é uma improvisação. O próprio Rogério, que começou a carreira no meio-de-campo, já avisou: “Lateral, não. Agora sou meia”. Além da troca de posição de Rogério, Juninho também mexeu em outras posições.

Efetivou Coelho como titular da lateral-direita, trocou Moreno por Fininho na esquerda; e recolocou o menino Jô no ataque, centroavante, ao lado de Gil. O perfil tático da equipe também mudou. O Corinthians voltará a jogar num esquema parecido com o de Carlos Alberto Parreira no que diz respeito ao toque de bola.

Durante todo o treinamento desta quinta-feira Juninho teve sempre ao seu lado o auxiliar-técnico Jairo Leal, a quem chamou várias vezes de professor. O Corinthians de Juninho vai contar com três volantes e terá uma marcação bem mais forte em relação aos seus antecessores. O treinador fixou Fabinho no meio, Rogério pela direita e Fabrício pela esquerda.

A idéia do técnico é liberar os laterais para atacar, mas sem expor a defesa. No setor direito, por exemplo, vai repetir uma função que Rogério fazia com Arce, no Palmeiras. “Hoje mesmo, no coletivo, ele já falou bastante comigo”, observa o lateral-direito Coelho. “Toda hora me orientava. Às vezes, dizia vai embora, vai embora. Às vezes, pedia para eu ficar ou para segurar a bola. Acho que podemos fazer algo parecido com o que ele fazia com o Arce, no Palmeiras. Com ele ali fica bem mais fácil.”

Para Rogério, que sempre sonhou com uma chance na seleção brasileira como lateral-direito, a situação dramática do Corinthians exige sacrifícios de todos. No seu caso, aceitou virar meia numa boa. “Agora eu estou preocupado em ajudar o Corinthians. E para ajudar, tenho que jogar no meio-de-campo. Não importa a seleção brasileira.”

Rogério, que vem de uma lesão complicada no músculo reto-femural da coxa direita, assegura que voltará 100%. O jogador já poderia ter voltado no clássico de domingo passado, contra o São Paulo, mas ainda estava sem confiança. Até se colocou à disposição do ex-técnico Júnior, mas avisou que não se sentia bem para bater faltas, pênaltis e escanteios. “Felizmente, acabei sendo preservado no clássico. E foi bom porque agora voltarei 100%”, diz o jogador. “Também tive o cuidado de não antecipar etapas. Fiz alguns coletivos e talvez por isso nem falta de rítmo eu vou sentir.”

A presença de Rogério também gerou uma expectativa positiva nos outros jogadores. Até o volante Fabinho, que vinha exercendo as funções de capitão, se colocou à disposição para devolver a faixa característica ao verdadeiro dono. “O capitão sempre foi ele. Eu só quebrei um galho.” Fabinho reconhece em Rogério um jogador fundamental para o time.

“Por sua experiência e pela qualidade de seu passe, só a presença do Rogério já vai mudar a cara do Corinthians”, imagina Fabinho. “Além disso, ele é um cara respeitado por todos. Exerce uma liderança positiva sobre os demais.”

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