Julio Cesar supera descrença inicial com boas atuações

A sombra de uma falha crucial no jogo que eliminou o Brasil do Mundial de 2010, a regularidade de Jefferson nos últimos meses e a falta de interesse de um clube de ponta que o quisesse contratar desde o fim do ano passado deixaram uma pergunta no ar para muitos torcedores, antes mesmo de Luiz Felipe Scolari divulgar a lista dos 23 convocados. Com antecedência, o técnico afirmou que Julio Cesar seria seu titular na Copa. Como assim?

Julio ficou um período sem clube, foi contratado pelo Toronto, do Canadá, e disputou alguns jogos da Liga Americana até se juntar à seleção. Chegou sob pressão. Mas, nos treinos em Teresópolis e nos dois amistosos da seleção nessa fase de preparação, contra Panamá e Sérvia, Julio Cesar respondeu com reflexo, elasticidade e boas defesas aos que ainda insistem em vê-lo entre os reservas.

Para Felipão, a escolha e a definição pública parecem cada vez mais consolidadas. Essa relação de confiança entre o técnico e seu goleiro aumentou após a única entrevista coletiva que Julio Cesar concedeu até agora em Teresópolis. Ao lado dos dois concorrentes, Jefferson e Victor, ele transmitiu espírito de grupo e uma ideia de humildade. “Sendo bem sincero, não me sinto titular. Estou ao lado de dois grandíssimos goleiros, que têm totais condições de vestir a camisa da seleção.”

Contra o Panamá, Julio Cesar escorregou no momento em que um adversário finalizou com perigo, de fora da área. Mesmo caído, ele conseguiu erguer um dos braços e evitou o gol com uma defesa arrojada e plástica. Na sequência, também se saiu bem contra a Sérvia, um time bem mais perigoso.

O empenho de Julio Cesar nos treinos é visível e não foi à toa que recebeu cumprimentos de vários colegas no coletivo de segunda-feira. Numa cobrança de falta de Bernard, da entrada da área, a bola fez uma curva, encobriu a barreira e quem estava atrás das traves já dava como certo o gol. Num salto rápido, Julio Cesar conseguiu dar um tapa na bola, a poucos centímetros da linha do gol. Uma defesa que pode resumir o bom momento do número 12 da seleção.