Julgamento do STJD pode ter punição pesada pro Atlético

O Atlético terá hoje, nos tribunais, um dos seus compromissos mais árduos na temporada de 2013. A 4.ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vai julgar os incidentes ocorridos no último domingo, quando torcedores do Furacão e do Vasco entraram em confronto durante o jogo realizado na Arena Joinville, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. O advogado do clube, Domingos Moro, prevê extrema dificuldade neste caso e dá poucas esperanças ao torcedor atleticano neste primeiro julgamento.

‘Será uma batalha muito difícil, pelos fatos, pela repercussão que se deu o caso que fugiu do controle. Outro complicador foi a questão do calendário, pela proximidade que marcaram o julgamento. Foram cinco dias para examinar o caso e a tendência é o agravamento da pena. Isso tudo me preocupa bastante, mas vamos buscar instruir o processo da melhor maneira, para que eu possa me valer desse argumento para realizar um bom recurso’, resumiu Moro, que informou também que o recurso deverá ser julgado na última semana deste ano.

A falta de tempo hábil para analisar as provas, que chegaram às mãos de Domingos Moro somente ontem à tarde, é outro fator que preocupa o defensor rubro-negro para o julgamento de amanhã. ‘Acredito que amanhã teremos problemas mais sérios. Essa é a tendência, até pelos contatos que fiz nos últimos dias. A intenção é conseguir um resultado menos traumático possível’, acrescentou.

O advogado atleticano já definiu algumas estratégias de defesa para o julgamento e ressaltou a importância da identificação dos torcedores que se envolveram na confusão da Arena Joinville para o caso. ‘Estamos realizando a tese da repressão continuada. Ela não pode parar no dia do acontecimento. E o Atlético tem dado mostras claras disso, mas precisamos documentar isso para colocarmos nos autos do processo’, frisou Moro.

O Atlético foi enquadrado em três artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O Furacão será julgado com base nos artigos 191, que pune a equipe que deixa de cumprir ou dificulta o cumprimento de medidas para garantir a segurança dos torcedores antes, durante e após a realização da partida; 211, por deixar de manter o local indicado para a realização da partida com infraestrutura necessária a assegurar a plena garantia e segurança para a sua realização; e 213 por deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens na praça de desporto, além de arremesso de objetos no gramado.

Se for punido com a perda de mandos de jogos, o Furacão deverá jogar com portões fechados no Brasileirão do ano que vem, já que o STJD sugeriu para a CBF que a partir de 2014 as punições mais graves sejam cumpridas com portões fechados. A entidade estuda ainda que as futuras penas sejam cumpridas com a perda de pontos na competição em que estiver disputando.