As edições dos jornais “New York Times” e “Guardian” de hoje deram, com destaque, reportagens que levantam suspeitas sobre o suposto uso de doping da chinesa Ye Shiwen, 16. A nadadora conquistou a medalha de ouro nos 400 m medley com tempo inferior em uma das parciais até ao do vencedor da prova masculina, o americano Ryan Lochte.
“Prodígio chinês da piscina agita onda de especulação”, titulou na sua capa o diário americano. “Suspeito’ recorde da China na piscina, diz treinador top”, destacou a publicação inglesa.
Sábado, Ye Shiwen estabeleceu novo recorde mundial, em 4min28s43, enquanto Lochte nadou em 4min05s18. Nos últimos 50 m, porém, ela fez 28s93, contra 29s16 do americano.
“Nós falamos sobre isso no jantar. É impressionante. Aquela menina é mesmo rápida e, se estivesse lá [na piscina] comigo, poderia ser capaz de me vencer também”, admitiu Lochte anteontem.
O diretor-executivo da Associação de Técnicos de Natação, o americano John Leonard, considera “suspeita” a façanha da chinesa.
Ela se defendeu. “A China continua firme com sua política antidoping, então não tem problema”, disse.
O chefe do controle antidoping chinês, Jiang Zhixue, afirmou que “algumas pessoas são tendenciosas”. “Nós nunca questionamos Michael Phelps quando ele ganhou oito medalhas de ouro”, comparou.
O brasileiro Cesar Cielo discorda das suspeitas de doping. “Com certeza é talento. Ela também nadou os 200 m medley melhor. Acho que é especulação de quem está bravo com ela”, avaliou. “Mas não sou mulher, não nado os 400 m medley, então não tenho que me preocupar. Não gostaria de ter de nadar contra ela”.
Ye Shiwen volta à piscina como favorita ao ouro dos 200 m medley na tarde de hoje.