Jogadores na Justiça e o público afastado

Sem dinheiro e representatividade política, o Paraná colecionou problemas ao longo deste ano. Nunca houve um êxodo tão grande de jogadores como em 2002. No meio da temporada o torcedor viu ícones como Hélcio e Ageu deixarem o clube devido à insustentável situação financeira, com atrasos médios de três meses. Problemas que se agravaram com as decisões de Frédson e André, que foram à Justiça do Trabalho para garantir o fim do vínculo com o Tricolor.

Para o presidente Enio Ribeiro, os jogadores foram mal orientados por seus procuradores, o que só aumentou a dívida do clube. Pelas projeções, o Paraná só é viável com a venda de pelo menos um grande jogador por temporada. Sem poder negociar Frédson ou André, o Tricolor ficou quase dois anos sem trazer para seus cofres os dólares de uma grande negociação. Na questão Frédson, o Paraná ainda aguarda um parecer favorável da Fifa, reconhecendo os direitos do Tricolor como clube formador. Se isso se confirmar, o clube pode receber até U$ 1 milhão de indenização do Espanyol, de Barcelona.

Já André é caso sem volta. A vitória do atleta na Justiça foi obtida alegando mora contumaz dos seus vencimentos. Com a legislação não permite atrasos acima de três meses, o clube só estava efetuando pagamentos após dois meses e 29 dias. Sob esse precedente, o Paraná poderia ter perdido outros valores, mas os demais jogadores preferiram honrar a camisa e defender o clube, acreditando em dias melhores.

Abandonado pelo público

A situação crítica parece não ter sensibilizado o torcedor. Se a cota de tevê era baixa – somente R$ 1,1 milhão (a metade do valor destinado ao Sport, na segunda divisão) – restou à diretoria convocar a torcida para tentar garantir ao menos boas arrecadações. O Paraná iniciou o Brasileirão jogando no Couto Pereira, pois o Pinheirão só teve sua interdição revogada a partir de outubro. Computando-se os números nos dois estádios, o Tricolor só conseguiu atingir a 24ª colocação em média de público, à frente apenas de São Caetano e Gama.

É a velha história: sem dinheiro, sem ídolos, sem torcida no estádio, sem arrecadação…

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