Belém (AE) – A tranqüilidade do Fluminense, que amanhã enfrenta o Corinthians no clássico do Grupo A da Copa dos Campeões, foi abalada pelo prostesto dos jogadores que, em uma espécie de greve de advertência, decidiram não treinar na manhã de ontem na cidade de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, por causa do atraso nos salários. Ao mesmo tempo que considerou justa a reivindicação dos atletas, o diretor de futebol do clube, Francisco Vasconcelos, confirmou que o time vai voltar às atividades na manhã de hoje e entrará em campo para a rodada normalmente.

Segundo Vasconcelos a decisão de não treinar foi tomada em uma reunião entre os jogadores após o treino de quinta-feira e anunciada aos dirigentes em seguida. “Eles disseram que era uma maneira de chamar atenção para o problema. Não iriam trabalhar na sexta-feira e no sábado, mas jogariam domingo”, explicou o diretor, resignado. Ele garantiu que nenhum dos atletas sofrerá represálias pelo ocorrido. “O fato é que estamos devendo mesmo.” Nem os jogadores, nem o técnico Robertinho quiseram falar sobre o assunto.

O chefe da delegação que está em Belém afimou que o Fluminense deve aos atletas seis meses de salário e outros seis de cotas de direitos de imagem, uma quantia equivalente a R$ 7 milhões. “Nossa disposição é fazer um pagamento aos jogadores na próxima sexta-feira”, afirmou Vasconcelos. Segundo ele, o dinheiro viria da venda recente do passe de Júnior César para o futebol turco, mais o pagamento dos prêmios da Copa dos Campeões e da conquista do Campeonato Carioca. “Também estamos tentando obter o adiantamento das cotas do Campeonato Brasileiro.”

O diretor afirmou que ficou em reunião com os jogadores no início da madrugada de ontem e conseguiu convencê-los a treinar hoje. O dirigente diz que conversou com o preparador-físico do time, o qual garantiu que a paralisação não vai ter maiores conseqüências no desempenho do time.

“Falei com os jogadores e, pelo que senti, eles estão ‘fechados’ e certos de que vão ganhar do Corinthians.” Sobre o episódio, Vasconcelos não escondeu o incômodo. “É uma situação que a gente tem de ficar contornando o tempo todo”, queixou-se. O diretor, que fez questão de frisar que não trabalha de forma remunerada, diz entender a situação dos jogadores. “Mas fui pego de surpresa”, lamentou.

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