A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (SJTD) denunciou o volante Rafinha, do Toledo, por ter afirmado que o empate em 0 a 0 com o Marcílio Dias (SC), domingo passado, foi arranjado.
Mas a bomba ainda pode explodir nas mãos do time do oeste paranaense, sujeito a ter que disputar nova partida para confirmar a classificação à 2.ª fase da Série C.
Segundo o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, o jogador foi denunciado com base no artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça de Desportiva (CBJD) – proceder de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de alterar resultado de competição. A pena é drástica: a eliminação do futebol. O artigo diz ainda que a partida será anulada se o acordo resultar na alteração de resultado pretendida.
Schmitt confirmou que pedirá ao STJD que investigue se a suposta marmelada envolveu também as diretorias dos dois clubes. Ele descartou a hipótese de eliminação das duas equipes. O procurador-geral já requisitou a gravação da entrevista de Rafinha à Rádio Guaçu, de Toledo.
Assim, a pretensão do Engenheiro Beltrão, um dos autores da queixa, iria por água abaixo. Se o jogo for disputado novamente, o único com chance de classificação seria o Internacional de Santa Maria.
A equipe gaúcha, que ficou em 3.º no grupo, teria que torcer para uma vitória do Toledo por dois gols de diferença, ou do Marcílio por três tentos de vantagem. Novo empate, ou vitória de um gol para qualquer lado, classificam os times paranaense e catarinense.
Lá e cá
O presidente do Toledo, Irno Piccinini, rechaçou qualquer acordo para manipular o resultado e argumentou que até aumentou o bicho dos jogadores, de R$ 150 para R$ 200, pela vitória sobre o Marcílio Dias.
“O jogo foi lá e cá, com bola na trave e pênaltis não assinalados para os dois lados. Só nos últimos cinco ou dez minutos os dois times seguraram o placar, o que é normal”, disse o presidente, que não definiu se haverá alguma punição ao jogador. Segundo Piccinini, Rafinha treinou normalmente ontem, mas está muito abalado e chorando constantemente por causa da confusão.