Jackson, a referência do Coritiba

“Vai, Jackson! Humilha ele!” A frase captada nas sociais do Alto da Glória resume o que o torcedor do Coritiba pensa de seu melhor jogador. Hoje, a torcida alviverde confia em Jackson, acredita que dele sairão as principais jogadas da equipe, e quando necessário até mesmo tirar truques da manga, como o belo chute que venceu Sílvio Luiz e fez o Cori abrir o placar contra o São Caetano. O meio-campista é, dentro e fora do ambiente coxa, a referência da boa campanha no campeonato brasileiro.

“É muito bom jogar com ele, é um jogador diferenciado”, comenta o meia Tcheco, outro destaque coxa no Brasileiro. Claro que o assunto é Jackson, que chegou como a grande esperança da equipe e não decepcionou. Para quem o viu passar pelos grandes centros do nosso futebol (principalmente no Palmeiras e no Inter), isso pode parecer uma heresia, mas o armador voltou a apresentar a qualidade que o fez ?explodir? no Sport Recife, em 98.

E jogando em uma função diferente, longe daquela que seria a ideal. Jackson aceitou o sacrifício e assumiu a ala-direita coxa, o que causou severas críticas ao técnico Paulo Bonamigo. “Eu nunca pedi para ele ficar espetado lá na lateral”, explica o treinador coxa. “Ele tem liberdade para fechar pelo meio, e isso inclusive é importante para a equipe”, completa. Por sinal, o gol marcado surgiu em uma bola recuperada no meio-campo.

Essa é a grande diferença que Jackson vê nessa sua segunda passagem pela direita -a primeira foi no Cruzeiro, sob o comando de Luiz Felipe Scolari. “Lá eu era mais preso. Aqui eu posso jogar mais tranqüilo porque o Bonamigo me permite atuar pelo meio”, resume o armador. No sábado, inclusive, o treinador alviverde apostou na variação de posicionamento para surpreender o São Caetano – Tcheco e Willians também caíam pela direita, enquanto Jackson se liberava para o apoio.

E com espaço ele marcou mais um belo gol – no primeiro, contra o Paysandu, o meia passou por quatro adversários antes de marcar. Mas ele nem quer pensar que os gols que marcará serão bonitos. “É melhor nem falar nessas coisas. Eu fiquei feliz por ter marcado meu primeiro gol no nosso estádio, em frente da nossa torcida”, admite Jackson, que já se tornou ídolo no Alto da Glória.

Média

Reginaldo Nascimento anda progredindo. O gol marcado contra o São Caetano foi o terceiro com a camisa do Coritiba, e sua média está melhorando. Entre o primeiro (contra o Goiás, no Brasileiro do ano passado) e o segundo (contra o Londrina, no Paranaense) passaram-se sete meses. Agora, foram ?apenas? três meses e meio para o terceiro. Se continuar nessa toada, Nascimento voltará a comemorar um gol daqui a 50 dias.

Invencibilidade pressiona equipe

O Coritiba de 2003 anda atrás de recordes. O título paranaense invicto foi o primeiro desde 1936, e no atual campeonato brasileiro a equipe repetiu a maior série de vitórias (quatro), conseguida em 1976. Agora, o Cori é o time com maior série invicta dentre os 24 participantes da competição: já são sete jogos sem perder. E, apesar de ser uma prova da boa fase alviverde, é mais um elemento de pressão sobre a equipe.

E bota pressão, já que este é o momento capital para o Coritiba no brasileiro. Os próximos três jogos são contra adversários diretos na luta pelas primeiras posições – Santos (domingo, às 18h), São Paulo e Corinthians. Além disso, a própria presença na quarta colocação obriga o elenco e o técnico Paulo Bonamigo a pensarem mais alto. “Nós temos que buscar nosso objetivo, que é nos manter entre os primeiros e depois buscar o título”, avisa o meia Jackson.

Quando fala com os repórteres, a invencibilidade não preocupa Bonamigo. “Isso é uma valorização para o elenco. Nós estamos bem, e conseguimos, com isso, essa série de jogos”, explica. Mas, nas entrelinhas, sabe-se que o treinador não quer que os jogadores entrem no clima de euforia que a torcida vive. Ele fez o mesmo na época da invencibilidade do paranaense e na série de vitórias consecutivas.

Mas, para o consumo externo, Bonamigo demonstra preocupação com o Santos, que pode chegar no domingo campeão da Taça Libertadores da América. “Temos que esperar como eles virão. No final de semana eles jogaram com o time reserva, e quero ver qual será a decisão do Leão”, comenta o treinador alviverde.

Paisana

Bonamigo sequer colocou uniforme de trabalho ontem. Ele foi o cicerone da visita do jornalista Ruy Carlos Ostermann ao CT da Graciosa e quando este foi embora, ficou conversando com os repórteres. Ao explicar a tática alviverde, o técnico se empolgou e chegou a desenhar a movimentação da equipe. Mas, prudente, resolveu ficar com o papel e rasgá-lo em seguida. (CT)

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