Jabá erra mais uma vez e diretoria coxa não perdoa

Não haverá pedaladas em 2003, pelo menos no Alto da Glória. O atacante Jabá foi dispensado ontem, e não fará parte do elenco coxa nesta temporada. Ele teve uma passagem curta mas extremamente atribulada, indo do céu ao inferno em poucos instantes.

A negociação terminou ontem, sem que Coxa e União chegassem a um acordo. O time do interior queria um alto valor pelo empréstimo de um ano ou que o Cori comprasse parte dos direitos esportivos do atacante. Jabá chegou no final de maio, foi pouco utilizado no Paranaense, mas o futuro destinava muitas surpresas para ele.

É certo que nem Jabá esperava a projeção que receberia nas primeiras partidas do campeonato brasileiro. Logo ele conquistou o posto de ?xodó? da torcida alviverde. Apesar de jogar bem, o atacante era deixado por Paulo Bonamigo no banco, como uma arma secreta do Coritiba.

E aí apareceu Leonardo Gaciba da Silva. O árbitro gaúcho foi, indiretamente, o responsável por tudo que aconteceu com Jabá dali para frente – para o bem e para o mal. Ao dar as famosas “pedaladas” na frente dos zagueiros do Santos e receber cartão amarelo, o pequenino jogador tornou-se uma figura conhecida em todo o País, sendo citado pelos principais jornalistas. Se não esperava a projeção, era lógico que Jabá não estava preparado para o turbilhão que vinha em seguida. Ele não soube absorver a fama, caiu de produção em campo e desceu rapidamente os degraus do sucesso. O fundo do poço foi o acidente de carro, em outubro. Para completar, um problema na madrugada de quinta para sexta irritou até o presidente Giovani Gionédis, que confirmou ter sido este um dos motivos que causaram a saída do atacante.

Era óbvio que tudo isso acabaria prejudicando o jogador, tanto que alguns dirigentes já não tinham certeza se Jabá era tão importante assim. A comissão técnica também, e Paulo Bonamigo não se acanhou ao dispensar o jogador dos treinos normais, deixando-o apenas correndo. Já fora do Coritiba, Jabá agora precisa preparar-se para um novo futuro – ou contentar-se com um triste passado.

Sem dinheiro, Brito não vem

Cristian Toledo

Um dos retratos do futebol brasileiro está escancarado na iminente contratação do atacante Marco Brito, do Fluminense, pelo Coritiba. O jogador só não apareceu no CT da Graciosa para ser apresentado e começar a treinar porque precisa receber uma infinidade de salários atrasados. Resolvido isto, ele vem para Curitiba – mas o caso não parece próximo de uma resolução.

O problema não é simples. Os jogadores do Fluminense têm, em média, quatro meses de salários atrasados e dez parcelas do direito de imagem em haver. Para a maioria deles, o tal direito de imagem é a maior parte do vencimento mensal, já que ele não envolve pagamento de imposto e de Previdência para o clube (apenas o jogador paga o imposto da emissão da nota fiscal).

Para complicar, Romário (que disputou o Brasileiro pelo Flu) tinha seus salários pagos em dia pelo patrocinador do clube – e arrastou o seu ‘peixe’ Beto para a mesma situação. Por isso o time das Laranjeiras vive hoje um desmanche – Magno Alves e Roni querem seus passes na Justiça, Marquinhos já chegou ao Atlético-MG e Marco Brito força a barra para jogar no Cori. “Ele já deixou claro que quer ser nosso jogador. É desses profissionais que nós precisamos”, diz o secretário Domingos Moro.

Mas não adianta ir embora se o clube devedor não paga – principalmente no caso de jogadores como o provável reforço coxa, que não ganhava tão bem quanto Roni e Magno (e bem menos que Romário e Beto). Por isso, Marco Brito ainda está em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, tentando compor com a direção tricolor o modo do pagamento. “Ele quer sair de lá com a forma desse pagamento definida”, explica Moro.

Na quarta, Marco fez parte de uma comissão de jogadores que negociou com o diretor Marcelo Penha uma forma de acertar os salários atrasados. Como o Fluminense tem interesse em pagar, o acordo se encaminhou, mas falta o aval do presidente David Fischel. Quando tudo for para o papel, Marco Brito vem para Curitiba – com uma cópia do acerto em mãos. “Queremos contar com ele o mais rápido possível”, diz o secretário coxa. “Quanto mais cedo ele chegar, melhor”, espera o técnico Paulo Bonamigo.

Filosofia

Para o Coritiba, é mais uma prova do acerto da estratégia no final do ano passado – não adiantaria fazer contratações enquanto o problema interno não estivesse equacionado. Complementando isso, a direção preferiu não trazer jogadores caros para o elenco – além de inflacionar a folha de pagamentos, poderia causar antipatia aos que já estão no clube. O exemplo do Fluminense é próximo, visível e ameaçador.

“Revival”

O empresário que negocia a vinda de Marco Brito para o Coritiba é o português Antônio Aguilar. O nome não é muito conhecido, mas ele fez parte das contratações mais arriscadas do Cori em 2002: os iugoslavos Andjel (atacante) e Nikola (goleiro). Contratados como estrelas da companhia alviverde, os dois fracassaram – Nikola ficou poucos dias e foi embora; Andjel marcou um gol, brigou em uma boate e foi dispensado.

Agora o Corinthians quer Tcheco

Quando parece que a vida de Tcheco está resolvida, aparece mais um time interessado em sua contratação. O Corinthians teria inclusive feito uma proposta para o jogador, fato que não é confirmado pelo procurador do meio-campista. É mais uma peça nesse intrincado quebra-cabeça em que se transformou o caso da renovação do destaque do Coritiba no campeonato brasileiro do ano passado.

O interesse do alvinegro paulista – que foi citado pela primeira vez em dezembro -aumentou depois da contratação de Geninho, admirador confesso do meio-campista. Mas para o procurador Ruy Gel, só existe o interesse comentado na imprensa. “Tudo que for proposto ao Malutrom precisa ser repassado ao jogador. E isso não aconteceu. É mais um daqueles casos de interesse que não se confirma na hora da proposta”, afirma. Tcheco segue treinando no Coritiba, mas sem o futuro definido. (CT)

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