Descaso

Interior do Paraná atropela Curitiba no atletismo

Sem espaços adequados para a prática do atletismo em Curitiba, o interior paranaense tem se destaca no cenário nacional como um dos principais destinos para a realização de eventos e treinamento de atletas de ponta. A bola da vez é Maringá. A partir de sexta-feira até domingo, a Cidade Canção será a sede do Campeonato Brasileiro/Caixa de Atletismo Interclubes de Juvenis com a participação de 90 clubes e cerca de 400 atletas, organizado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e pela Federação de Atletismo do Paraná (FAP).

Dos seis eventos nacionais promovidos pela CBAt, cinco foram em Maringá. “O custo mais baixo e a infra-estrutura de excelente qualidade tornam o interior do estado mais atrativo, principalmente Londrina e Maringá”, avalia o presidente da FAP, Ubiratan Martins Júnior. Na capital, os atletas utilizam para treinamento as pistas da Universidade Federal do Paraná, Colégio Estadual do Paraná e da Praça Oswaldo Cruz, no Centro. Nenhuma é oficial.

Para a FAP é um número insuficiente, além da precariedade. “Falta investimento. Estamos perdendo atletas para outros estados, embora a nossa qualidade de equipe técnica seja excelente. Há um grande potencial para atletas olímpicos”, diz Martins Júnior, ao lembrar que a situação na Região Metropolitana é a mesma. A única pista com medidas oficial é a da Universidade Positivo, porém o acesso é restrito aos alunos, salvo quando a FAP a utiliza para eventos próprios.

Ao longo dos últimos anos, a capital perdeu espaços preciosos como a pista da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que deu lugar a vagas de estacionamento, e o Pinheirão, uma pista milionária pouco utilizada e agora totalmente destruída. O estádio no Tarumã foi arrematado em leilão pela empresa JD Agricultura e Participações Sociais LTDA por R$ 57,5 milhões, em junho deste ano. A empresa ainda não apresentou projetos para o local.

O governo estadual anunciou a inauguração de seis novas pistas ainda este ano nas cidades de Ponta Grossa, Paranavaí, Cascavel, Apucarana, Londrina e Curitiba, com recursos do Tesouro do Estado, Ministério do Esporte e parcerias com as universidades Federal do Paraná e Estadual de Londrina.

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