Honda pode deixar a F1

Um anúncio bombástico é esperado para hoje no Japão. A Honda deve anunciar o fim de suas operações na F1, como resultado imediato de dois fatores: 1) os péssimos resultados nos últimos dois anos na categoria, com ridículos 20 pontos somados apesar dos cerca de US$ 400 milhões gastos por temporada; 2) a crise financeira mundial, que resultou numa forte retração nas vendas da montadora, especialmente no recessivo mercado americano, com queda de 32% nas vendas.

A Honda chamou todos os seus funcionários para participarem de uma reunião, em que foram comunicados dos planos de deserção da montadora. A equipe de F1, sucessora da BAR, sediada em Brackley, na Inglaterra, não vai necessariamente fechar as portas.

Mas, como revelou o site Grandprix.com ontem, já há uma frenética atividade no departamento pessoal do time, com muitos de seus funcionários disparando e-mails para outras equipes oferecendo seus préstimos profissionais.

Para continuar existindo, a ex-BAR teria de sair atrás de patrocínios para pagar os custos da operação. Ou de um comprador. Nas últimas duas temporadas, a Honda não teve patrocinadores. Correu fazendo campanha ecológica.

De um dia para o outro, a equipe que hoje se chama Honda e é oficialmente sustentada pela matriz japonesa pode passar a ser membro do cada vez mais enxuto grupo das “independentes” – que hoje, na prática, só tem a Williams. Se continuar na ativa, a “nova Honda” pode até continuar usando os motores japoneses, desde que pague por eles.

O possível anúncio da Honda afeta diretamente dois pilotos brasileiros, que estavam escalados para os testes de Jerez de la Frontera na semana que vem: Bruno Senna e Rubens Barrichello.

O recordista de GPs disputados, que teria sua última chance de permanecer na F1 a partir dos resultados desses treinos, já teria sido avisado pelo time de que sua participação na sessão coletiva foi cancelada. Bruno espera o desenrolar dos acontecimentos, mas por via das dúvidas já reativou seus contatos com a Toro Rosso.

Também no Brasil, a Petrobras, que assinou com a Honda como fornecedora de combustível e patrocinadora para 2009, espera pelo anúncio da montadora para saber que rumo tomar.