Hidalgo, Zanchi e Frega assumem o futebol do Coritiba em 2006

O novo ?time? do Coritiba entrou em campo oficialmente ontem. Foram apresentados os novos responsáveis pelo futebol: o diretor de futebol Almir Zanchi, o superintendente Odivonsir Frega e o assessor da presidência José Hidalgo Neto. A trinca será responsável por administrar o departamento de futebol na temporada 2006 – e será cobrada pela diretoria para apresentar resultados. Até por isso, os primeiros dias são de adaptação e de preparação do planejamento para o próximo ano.

A partir de segunda, os dirigentes começam a anunciar as tomadas de posição.

São três elementos que agregam um valor importante, segundo o presidente Giovani Gionédis. ?Eles são pessoas com história no Coritiba?, resume. Hidalgo foi capitão (daí o apelido) da equipe por cinco temporadas e depois técnico, isto antes de se tornar comentarista de rádio e televisão. Frega foi preparador físico do Coxa por vários anos e era o auxiliar direto de Ênio Andrade na conquista do título brasileiro de 1985. E Zanchi foi diretor do clube em duas oportunidades, uma delas em 95, quando o time subiu para a Série A.

No primeiro dia oficial de trabalho, Hidalgo, Frega e Zanchi foram apresentados aos funcionários do clube no Couto Pereira e conheceram o CT da Graciosa. O fato parece estranho, pela ligação dos três com o Cori. ?Eles estão conhecendo um outro Coritiba. Eles não vivem o dia-a-dia do clube há um bom tempo?, justifica Gionédis.

Cada um já sabe o que tem de responsabilidade. Almir Zanchi, como diretor, é o ?administrador? do futebol – é quem lidera as possíveis mudanças, quem tem a palavra final nas conversas com técnico e jogadores, quem, em resumo, dará o caminho para o Coritiba. ?É um desafio para mim, mas eu gosto de desafios?, afirma o dirigente.

Frega vai reestruturar a coordenação de futebol. ?Nós vamos abrir a coordenadoria de futebol profissional e amador, vamos montar um centro educacional, uma seção de registros, a coordenação da área biomédica, um módulo da segurança. E eu serei o profissional que vai agregar todo o sistema do futebol no Coritiba?, explica.

E o Capitão Hidalgo será o olho da diretoria no dia-a-dia. ?Eu serei a ligação entre a presidência e a direção de futebol. O objetivo é dar suporte para o Almir e o Frega, passar sugestões e avaliar as possíveis medidas a serem tomadas?, comenta. Isto porque a cúpula ficará mais afastada das decisões cotidianas. ?Nós trouxemos para nosso grupo pessoas de qualidade reconhecida. E nossa posição será mais de cobrança?, resume Gionédis.

A trinca sabe o que pode fazer – e qual é a obrigação deles a partir de agora. ?Nós vivemos um momento complicado, mas temos que unir forças para recuperar o Coritiba?, diz Hidalgo. ?Com a ajuda de todos, poderemos fazer a nossa tarefa principal, que é fazer o Coxa voltar para o seu lugar?, concorda Frega. ?Se depender da gente, não vai faltar vontade para fazer o Coritiba estar de onde nunca deveria ter saído?, finaliza Zanchi.

Márcio Araújo na expectativa

Ele ganhou um descanso e alguns dias de expectativa. Márcio Araújo deve voltar para São Paulo, lá passa o final de semana e na segunda deverá saber de permanece ou não no Coritiba para a temporada 2006. O técnico foi elogiado pelo novo comando do futebol e pelo presidente Giovani Gionédis, mas a diretoria quer esperar para definir o futuro da comissão técnica.

Segundo o diretor de futebol Almir Zanchi, Márcio Araújo merecia dias de férias. ?Ele chegou em outubro e até agora não pôde visitar seus familiares. Então, decidimos dar um período de descanso?, explica.

Ele e Capitão Hidalgo elogiaram o trabalho do treinador. ?Nós vimos o que ele conseguiu fazer nas últimas rodadas?, diz o diretor de futebol.

?Ele pegou o bonde andando e fez um bom trabalho, conseguiu resultados e teve o comando do grupo?, completa o assessor da presidência.

Oposição reivindica vitória na eleição

A oposição entrou, ontem, com um recurso no Conselho de Administração pedindo a impugnação das eleições de segunda-feira. Os correligionários de José Antônio Fontoura alegam que os nove atuais ?cardeais? do Coritiba não poderiam votar, pois estão licenciados do conselho. A intenção inicial é mudar o resultado da eleição, mas não está descartada a possibilidade do pleito ser inteiramente anulado. O texto está baseado na opinião de vários juristas, que confirmam a tese defendida pela chapa Campeão de Novo. O fato pode causar uma reviravolta no cenário político do clube.

O recurso foi entregue à mesa do conselho, comandada por Júlio Militão da Silva, ligado à oposição.

A iniciativa de Fontoura acabou fazendo com que o presidente Giovani Gionédis o contatasse ontem, para retomar as negociações para a criação de um possível ?governo de coalizão?. Em entrevista à TV Iguaçu, o presidente Giovani Gionédis fez um apelo aos oposicionistas, pedindo que eles se unam à diretoria para recuperar o clube. ?É hora de todos ajudarem, para que a gente recupere o Coritiba?, resumiu.

Neste momento, há três caminhos: o primeiro seria a aceitação do recurso pelo conselho e a proclamação do oposicionista como candidato eleito; o segundo seria a realização de novas eleições -seriam suspensos todos os pleitos, inclusive os que não foram contestados; e o terceiro seria a união entre as duas correntes, em negociação há alguns dias, com possíveis cessões de postos de comando para a oposição, até mesmo o controle do departamento de futebol. ?Isto realmente foi me oferecido, mas preciso ouvir todo o nosso grupo?, disse Tico Fontoura, em entrevista à rádio Transamérica. A decisão (para qualquer lado) deve sair ainda hoje.

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