Héber Roberto Lopes fala de premiação da CBF

Num ano com quase nada a ser comemorado dentro de campo, e muito menos fora dele, o futebol paranaense teve em Héber Roberto Lopes talvez a única figura de destaque.

Árbitro da FIFA desde 2002, o londrinense teve a melhor temporada da carreira. Os fatos comprovam: foi quem mais apitou partidas na Série A, dirigiu a final da Copa do Brasil, a “decisão” do Brasileirão, entre Flamengo e Grêmio, e ganhou pela primeira vez o prêmio “Craque Brasileirão”, promovido pela CBF – em outras duas temporadas havia sido um dos três indicados, mas em ambas perdeu para o gaúcho Leonardo Gaciba.

Em entrevista ao Paraná Online Héber admitiu que exagerava nos gestos em campo, comentou sobre a Copa de 2014 e praticamente confirmou que em 2010 seguirá apitando no Campeonato Paranaense.

Foi realmente sua melhor temporada?

Héber R. Lopes: Acredito que sim. Tive regularidade constante, e até pela importância dos jogos que dirigi, estava convicto de que o trabalho foi bem feito.

Paraná Online: A que atribui esta regularidade?

Héber: Ao amadurecimento. Estou mais tranquilo em campo. Antes apitava num ritmo mais acelerado, às vezes mostrava cartões de maneira exagerada. Hoje controlo melhor a expressão corporal, o trato com os jogadores. Também há um respeito maior, os atletas colaboram mais, o que tem dado equilíbrio às arbitragens.

Paraná Online: Então você concorda com as antigas críticas de que queria aparecer mais que a partida?

Héber: Sem dúvida. As pessoas até pensavam que no dia-a-dia eu era, digamos, arrogante, por me verem assim em campo. Mas não é nada disso. Inclusive este prêmio (Craque do Brasileirão) foi gostoso, mas passa e não mudará nosso trabalho.

Paraná Online: A tecnologia o ajudou a decidir pela expulsão de Obina e Maurício (companheiros que trocaram agressões) no jogo Palmeiras x Grêmio, pelo Brasileirão?

Héber: Não, a decisão foi tomada em campo. Eu e os assistentes estávamos de frente para os jogadores. Só esperamos pelo final do intervalo para evitar novas confusões. Claro que troquei informações com os demais árbitros no vestiário, mas não houve interferência externa.

Paraná Online: Você foi pré-selecionado este ano para a Copa de 2014 (junto com Paulo César de Oliveira e Leonardo Gaciba). Acha que agora está mais perto do Mundial?

Héber: Tudo dependerá das atuações de 2010 em diante, nas Eliminatórias, sub-17 e demais competições. Infelizmente o Gaciba teve um problema (reprovou nos testes físicos e saiu do quadro da Fifa), mas por outro lado isso aumenta nossas chances. Estamos saindo lado a lado com Paulo César.

Paraná Online: Houve boatos de que mudaria de Federação em 2010. Vai seguir no Campeonato Paranaense?

Héber: Realmente recebi sondagens de outras federações, nenhuma oficial. Mas hoje digo que há 95% de chance de ficar no Paraná. Pelo apoio que recebi desde o começo da carreira, e também porque esse prêmio foi conquistado não só pelo Héber, mas pelos demais assistentes do Paraná, que me acompanharam na maioria dos jogos. Se eu mudar de federação, esses companheiros reduziriam a quantidade de jogos no Brasileiro.

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