A seleção brasileira feminina de handebol finalmente fez valer o potencial que há algum tempo já demonstrava. Neste domingo, às 14h15, o Brasil disputa a final do Mundial da Sérvia contra as donas da casa.

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Na Olimpíada de Londres, nas quartas de final, o Brasil chegou a abrir vantagem de seis gols sobre a Noruega, mas levou a virada no segundo tempo. Naquele dia, o técnico norueguês, Thorir Hergeirsson, vaticinou: “O Brasil precisa quebrar a barreira das quartas de final. No dia em que conseguir, poderá obter grandes resultados”.

Depois de vencer o duelo com o Brasil, a Noruega acabaria conquistando o ouro. Um ano antes, o Brasil fora eliminado no Mundial, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, pela Espanha, nas quartas, por apenas um gol de diferença.

Nesse meio tempo, a seleção evoluiu muito na defesa, e conta também com duas goleiras em grande fase: Babi e Mayssa. “Em alguns momentos na partida contra a Dinamarca, não conseguimos fazer gols, mas conseguimos defender. A palavra chave foi se defender. Estamos melhorando muito nesse aspecto nos últimos anos”, disse o técnico Morten Soubak.

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Defender bem faz parte do padrão que Morten quer conferir à seleção, que ainda não tem um “estilo brasileiro” de jogar, segundo ele. “Estamos tentando criar uma marca. Em algumas partidas começa a aparecer: uma defesa muito agressiva aliada a muita ofensividade”, afirmou.

Morten ainda padece com grandes entraves ao desenvolvimento da seleção. Um dos principais é a pequena quantidade de praticantes. A Liga Nacional feminina tem apenas 12 equipes, a maior parte concentrada no Sul e Sudeste do país.

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Durante o Mundial de 2011, Morten desabafava. “Não consigo encontrar a canhota de que preciso. A Dinamarca tem cinco milhões de habitantes e lá sobram canhotas. Como não encontro uma aqui?”.

Com um campeonato nacional fraco, a solução encontrada pelo presidente da CBH, Manoel Luiz Oliveira, que está em seu oitavo mandato à frente da entidade, foi original. Ele fez um convênio com a equipe austríaca Hypo Nö, que conta com oito jogadoras da seleção brasileira e é dirigida por Morten.

ADVERSÁRIAS – Motivadíssima para elevar o grau de prestígio, inclusive interno, do handebol, a seleção vai enfrentar um adversário que também está sedento por glória. A Sérvia nunca conseguira um grande resultado na modalidade depois da desintegração da Iugoslávia, que foi campeã mundial há 40 anos. Montenegro atingiu antes esse patamar: foi vice-campeã olímpica nos Jogos de Londres.

Para aproveitar melhor as vantagens de competir em casa, a organização do evento reduziu o preço dos ingressos, de 12 para 2 euros antes das quartas de final, e a Arena Belgrado certamente vai lotar neste.