A última segunda-feira foi decisiva na história do Guarani já que o estádio Brinco de Ouro, maior patrimônio da história do clube, foi arrematado em leilão pela Maxion Empreendimento Imobiliários, de Porto Alegre (RS) por R$ 105 milhões. O grupo tem até quarta-feira para fazer o pagamento, sendo que 30% – R$ 31,5 milhões -, serão pagos à vista. Apesar da sua delicada situação financeira, o Guarani promete recorrer da decisão.

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O presidente do clube, Horley Senna, afirmou que o clube irá brigar pelo Brinco de Ouro, além de embargar o leilão. Alega, inclusive, por não ter feito um edital específico para leilão. “Vamos embargar (o leilão). Não vamos ceder. O grupo (Maxion) não é daqui e não conhece nada de Guarani”, disse o mandatário.

Por outro lado, a juíza Anna Claudia Torres Vianna, da 6.ª Vara do Trabalho de Campinas, garante que todo o processo será concluído e, em no máximo um ano, o terreno do Brinco de Ouro deixará de ser do Guarani. “Todos os trâmites burocráticos são um pouco demorados, mas em até um ano acredito que consigo terminar tudo”, explicou.

O terreno do Brinco de Ouro possui uma área em torno de 80 mil metros quadrados e fica localizado no Bairro Jardim Proença, área nobre de Campinas. O estádio está penhorado desde 2011 por dívidas que, na época, ultrapassavam os R$ 50 milhões com a Justiça do Trabalho.

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CLIMAS OPOSTOS – A drástica situação em que o Guarani chegou mobilizou os torcedores, que criaram um evento para tentar evitar o fim do Brinco de Ouro. A ideia dos bugrinos é se reunir nesta quinta-feira, quando o clube comemora 104 anos de existência, em frente ao estádio para fazer uma espécie de vigília e protestar pelo resultado do leilão.

Maior rival do Bugre, a Ponte Preta também entrou no assunto. A torcida da alvinegra, através das redes sociais, comemorou o possível fim do Brinco de Ouro com frases do tipo “o meu rival faliu”.

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Alguns torcedores da Ponte, ainda em tom de gozação, discutem sobre uma possível “segunda caravana dos tijolos” para ajudar a retirar o entulho do estádio. Vale lembrar que a primeira caravana aconteceu para construir o Moisés Lucarelli na década de 1950.

A direção da Ponte Preta tem um projeto em andamento par a construção de uma moderna arena multiuso no local de seu antigo parque poliesportivo, que fica próximo à Rodovia Anhanguera. A construção tem início previsto para 2016, com término marcado para 2018. Depois disso, a área do estádio, que fica distante mil metros do Brinco de Ouro, será negociada. Como a frente do estádio está tombada pelo patrimônio cultural, somente ela será mantida em futura obra imobiliária.