Giva não consegue rebater críticas de Dagoberto

Givanildo de Oliveira até que tentou, mas não conseguiu rebater com clareza as contundentes e irônicas declarações de Dagoberto. Chamado indiretamente de ?mentiroso? pelo jogador, o técnico se disse chateado, mas foi contraditório em suas justificativas sobre o afastamento do atacante – que está fora também do clássico com o Paraná Clube, domingo, no Pinheirão.

Dagoberto tem feito seguidas declarações com tom sarcástico sobre sua ausência na equipe. Na versão do jogador, Givanildo justificou particularmente a decisão como uma ordem da diretoria. Em público, na última terça-feira, o técnico negou influência superior e falou que teria aconselhado o jogador a não entrar em campo, como um pai, pois estava preocupado com a ?cabeça? de Dago diante do impasse jurídico envolvendo a renovação de seu contrato. ?Não foi uma atitude digna, mas estou me acostumando com mentiras no mundo da bola. Minha cabeça está muito boa e quero jogar. Com um pai desses eu estaria ferrado?, detonou o atacante.

Ontem, Givanildo se pronunciou pela primeira vez depois das declarações de Dagoberto. ?Isso chateia. Nunca havia acontecido comigo em 24 anos como treinador. Mas não vou polemizar com ele, respeito todos os jogadores?, falou. Givanildo, porém, se contradisse ao afirmar que jamais havia dito que Dagoberto tinha problemas psicológicos. Quando questionado sobre as declarações em que citou a preocupação com a cabeça do jogador, respondeu de forma evasiva e imprecisa. ?Os problemas com a Justiça afetam a cabeça e o corpo inteiro. Ele não fazia os coletivos normalmente. Na segunda-feira, treinou no time reserva. Achei que não era o momento (de utilizá-lo)?, falou.

Sobre a justificativa para não usar o atacante no clássico, o técnico falou que ?é a mesma, ou então eu seria incoerente?, mas não especificou qual seria tal razão. Depois, recusou-se a responder novas perguntas e delegou à diretoria a tarefa de falar sobre Dagoberto. Não sem antes emitir uma frase emblemática: ?Quero que ele seja feliz?, como quem se despede do jogador.

Punição

No início da noite, o Atlético comunicou em nota oficial que Dagoberto foi punido com a suspensão de suas atividades por um dia de trabalho, por quebra de conduta ética. O clube justifica a sanção afirmando que o jogador se referiu de modo desrespeitoso ao técnico Givanildo através da imprensa, e que ?o fato se agravou com novo desacato durante os treinos desta manhã, quando Dagoberto reiterou as ofensas, de viva voz, na frente dos demais atletas e de integrantes da comissão técnica?. Ainda de acordo com a nota, a atitude foi considerada ?inadmissível? pelo diretor desportivo Marcos Moura Teixeira.

Escolinha de pênaltis

A bisonha cobrança de pênalti do colombiano Herrera, ao final do jogo contra o Fortaleza, teve reflexos em todos do elenco atleticano. O técnico Givanildo de Oliveira dedicou o treino da manhã de ontem à correção da pontaria da marca de 11 metros.

Depois da partida de quarta-feira, Givanildo lamentou o fato de os dois principais cobradores -Evandro e Ferreira – terem sido substituídos quando saiu o pênalti. Herrera ?passou por cima? do capitão Danilo, que seria o terceiro na lista, e bateu no meio do gol, rasteiro, facilitando a defesa do goleiro Márcio.

Mas não só o pênalti irritou o treinador. O Atlético teve aproveitamento fraco em todas as jogadas de bola parada – um dos piores lances foi um tiro fraco e completamente torto de Neto Baiano, numa falta perto da área. Assim, os jogadores também foram obrigados a praticar cobranças de falta diretas e laterais, com cruzamento para a área, além de tiros longos de fora da área.

O treinador não vinculou a atividade aos erros da última partida. ?Temos que aprimorar sempre a bola parada, que pode definir um jogo?, despistou Giva. (CS)

Alan Bahia: única novidade

Sem Dagoberto – que sequer participou do coletivo e deixou o CT do Caju antes do final do treinamento de ontem -, Givanildo de Oliveira tende a manter no clássico com o Paraná quase todo o time do Atlético que decepcionou diante do Fortaleza.

O técnico não antecipa a formação – ou mesmo o esquema tático, como fez antes da partida de quarta-feira. ?Como é clássico, não vamos dar armas ao adversário?, explicou. Mas no coletivo de ontem, o único antes do duelo, trocou apenas Cristian por Alan Bahia, que volta após cumprir suspensão. Já o zagueiro Alex, outro que esperava retornar depois de levar três amarelos, ficou no time reserva. Danilo e João Leonardo formaram a dupla de zaga.

O ataque, um dos setores mais deficientes contra o tricolor cearense, teve mais uma vez Pedro Oldoni e Neto Baiano. Sobre o último, Givanildo falou que o jogador evoluiu bem nos treinos e que a análise sobre seu desempenho contra Fortaleza deve levar em conta que se tratava de uma estréia. Na segunda parte do treino, Dênis Marques o substituiu. (CS)

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