Geninho volta à Vila Capanema depois de seis anos

O jogo de amanhã – às 16h, na Vila Capanema – marca o reencontro do Paraná Clube com o técnico Geninho. Agora à frente do Goiás, o treinador retorna ao estádio onde conduziu o Tricolor na vitoriosa campanha na Copa João Havelange, há seis anos.

O Módulo Amarelo (segunda divisão) do torneio que substituiu o Brasileiro de 2000 foi o segundo título nacional do clube, que agora busca vôos mais altos e sonha com uma inédita classificação à Libertadores da América.

Mesmo com uma passagem curta – pouco mais de três meses – Geninho escreveu seu nome na história do Paraná e até hoje mantém laços de amizade com dirigentes do clube. Talvez reflexo da perfeita simbiose entre o treinador e o grupo daquele ano. O Paraná recuperou seu espaço na elite do futebol brasileiro, onde permanece até hoje, enquanto Geninho – que estava ?encostado? como gerente do Ituano – reativou seu nome no cenário nacional e partiu para novas metas, inicialmente no Santos e depois no Atlético-PR.

O atual comandante do Goiás conseguiu com o Paraná um aproveitamento de 73,69% nos 19 jogos do Módulo Amarelo, culminando no título em uma final emocionante, frente ao São Caetano. Na campanha, a Vila Capanema fez a diferença: o Tricolor venceu seis e empatou dois jogos, terminando a competição de forma invicta em seu ?alçapão?. Depois de fechado por quatro anos -exceção feita a dois jogos pelo Paranaense de 2004 – o Durival Britto voltou a ser um trunfo para o Paraná. E é esse ?efeito Vila? que Caio Júnior quer por à prova diante de um ex-comandante.

O treinador paranista já foi atleta de Geninho, em 1988, no Vitória de Guimarães (Portugal). Mesmo em seu segundo Brasileiro (em 2002, Caio dirigiu o Tricolor em dez jogos), será o primeiro encontro com Geninho, agora na mesma função, mas em lados opostos. No passado, Caio Júnior amargou o banco de reservas sob a direção de Geninho. Nada que desperte qualquer sentimento de revanche. ?Ele sempre foi um cara bacana?, afirmou. ?Como fez opção por dois atacantes de velocidade – Silvinho (ex-Inter) e Chiquinho (ex-Flamengo) – acabei na reserva?, revelou.

Pelo que já viu do adversário neste Brasileiro, Caio sabe que seu time terá que se superar para assegurar a manutenção do aproveitamento máximo jogando na Vila. Espera o Goiás priorizando a marcação no meio-de-campo e esperando deslizes do Paraná. ?Foi assim que eles venceram o São Caetano, com contragolpes precisos?, comentou. ?Não podemos nos precipitar. É jogo de paciência e o torcedor precisa entender isso, entrar no clima. O importante é fazer o resultado, diante de um adversário direto e que faz um bom segundo turno?, finalizou o técnico paranista.

Eltinho é a única dúvida

O lateral-esquerdo Eltinho será reavaliado hoje, mas a tendência é que o Paraná entre em campo amanhã com a mesma formação da última jornada. Mesma escalação, mas com uma postura compatível com a necessidade do jogo.

Se em Recife o Tricolor pôde priorizar os contra-ataques, desta vez caberá ao time de Caio Júnior a iniciativa ofensiva, com velocidade e sentido de penetração na área adversária.

Não que os paranistas estejam esperando um Goiás retrancado. ?Neste Brasileiro, a maioria dos jogos tem esse perfil. O visitante se fecha e sai em velocidade. É preciso atenção?, comentou o treinador. A preocupação maior de Caio Júnior é a eficiência dos alas goianos. Vitor e Jadílson ditam o ritmo da equipe, sendo que o lateral-esquerdo atua quase como um ponta, em boa parte dos jogos. ?Precisamos estar atentos às qualidades do Goiás, mas com iniciativa. Com paciência, mas impondo o nosso ritmo?, avisou Caio.

Com dores abdominais, Eltinho foi poupado do treino tático de ontem pela manhã.

O garoto, porém, garante que estará em campo. Destaque da equipe nos dois últimos jogos, ele quer manter o embalo para se firmar entre os titulares. Sem o capitão Beto, lesionado, o Paraná não terá ainda o atacante Leonardo. Mesmo recuperado de uma lesão muscular, sua condição física não é a ideal. Por isso, a comissão técnica decidiu deixá-lo de fora, intensificando os treinos visando o jogo frente ao Flamengo, no próximo dia 22.

?Hoje, podemos tomar uma decisão como essa pelo respaldo que o grupo nos dá. Todos que vêm entrando estão garantindo a manutenção de um bom nível técnico?, comentou Caio. O treinador reconhece que recentemente precisou usar Leonardo mesmo sabendo que o jogador não estava bem fisicamente. ?Agora, quero ele 100%. Será um jogador importantíssimo na reta final da competição?, afirmou.

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