Geninho completa dois meses no Furacão

Há dois meses Geninho desembarcava no CT do Caju com a difícil missão de livrar o Atlético da zona de rebaixamento. Dez jogos depois, o time respira um pouco mais aliviado (14.º lugar); o elenco ganhou motivação e o ambiente de trabalho, que antes era quase auto-destrutivo, mudou radicalmente.

Como conseqüência, os bons resultados em campo voltaram e o time passa atualmente pela sua melhor seqüência na competição. Não perde há quatro rodadas e venceu duas partidas consecutivas.

Neste período, o treinador conseguiu um aproveitamento de 50%, com quatro vitórias, três empates e três derrotas. É o 2.º melhor índice dentre os técnicos que passaram pelo clube durante o Brasileirão, atrás de Ney Franco que comandou apenas dois jogos (ver quadro).

Caso o Furacão tivesse o índice de aproveitamento de Geninho durante todo o campeonato, a equipe estaria hoje dividindo o 6.º lugar com o Internacional.

Opinião

Nesta fase do campeonato, o rendimento de 50% agrada em parte Geninho, porque se o Rubro-Negro permanecer com esse índice até o final da competição garante seu lugar na elite.

“Quando vim, fiz projeção apenas de colaborar com o grupo para que conseguíssemos tirar o Atlético dessa situação. No momento, estaria satisfeito com esse desempenho, porque se o campeonato terminasse hoje, nós teríamos nos livrado. Mas não sei o que o futuro me reserva. Eu acho que se mantiver esse aproveitamento (50%), alcançaremos os 44 pontos e vamos nos livrar. É o que importa”, explicou.

Ambiente

Geninho também faz questão de ressaltar a melhora no ambiente de trabalho como fator preponderante para a ascensão do clube no campeonato. A alegria voltou ao CT do Caju e as vitórias também.

“Era um time que estava abatido e não estava demonstrando forças para reagir. Se aquele estado permanecesse, fatalmente hoje estaríamos pior que o Ipatinga. Houve um mérito muito grande do grupo que entendeu a mensagem que nós passamos. Conversaram entre eles e se aceitaram como pessoas e profissionais, cada um entendendo e convivendo com o defeito do outro. Entenderam que quando você trabalha em grupo, o rendimento de um está ligado ao rendimento do outro”, analisou o comandante.

Para ele foi em decorrência da decisão dos jogadores de se reunirem para discutir o que estava errado e lavar a roupa suja, é que o ambiente melhorou e o rendimento também.

“A partir de uma reunião as coisas começaram a acontecer e eles entenderam o que tentei passar sobre mudança de comportamento. A qualidade técnica deles estava aí. Eles não começaram a jogar de ontem para hoje. Tinham apenas que acreditar nessa qualidade e que a soma de todos daria um time mais forte. É claro que essa mudança de ambiente foi fundamental para que os resultados aparecessem”, comentou o técnico.

Futuro

Apesar do bom trabalho, Geninho prefere não falar sobre o futuro. “O meu futuro é no dia 7 de dezembro estar comemorando, se Deus quiser, a permanência do Atlético na Série A . Depois vamos ver. Tem tempo suficiente para pensar sobre isso. Agora a minha cabeça não está nem para isso. Só estou focado em fazer o Atlético ganhar e tentar alcançar o objetivo a que me propus quando vim para cá. Vencer esse desafio. Não tenho cabeça para outra coisa, não”, finalizou.