Técnico de honra

Gandula vive dia de treinador na Vila Capanema

O assistente de materiais do Atlético, Rodrigo Costa viveu um dia diferente ontem. Enquanto no gramado o seu clube do coração vencia o Universitario (jogo terminou 3×0 para o Rubro-Negro), do lado do banco de reservas ele se concentrava para ser o mais ágil e preciso possível. Um dos seis gandulas que o Furacão mantém ao lado do gramado, ele virou o personagem dos bastidores da partida.

A torcida atleticana “cornetou” o técnico Miguel Angél o tempo todo. Seja pelo posicionamento dos jogadores, seja pela demora nas substituições. Inclusive foi a torcida quem antecipou as duas primeiras modificações feitas pelo treinador atleticano. Das arquibancadas os nomes de Felipe e Crislan foram ouvidos claramente por todos que estavam na Vila Capanema.

Mas onde entra o gandula Rodrigo nessa história? O posicionamento dele é justamente ao lado do banco de reservas dos atleticanos. E, após os apelos do torcedor, Miguel Angél pediu para Rodrigo chamar Felipe. Aplausos para o treinador e mais aplausos ainda para o gandula. “O treinador manda chamar o jogador que está na reserva para entrar em campo e a torcida vai no embalo pensando que sou eu quem substituo. Mas não é assim não”, diverte-se.

Depois da primeira modificação, a galera da geral da Vila Capanema gritava “gandula, gandula” a todo instante. E a turma sugeria outros nomes, pedindo para que Rodrigo fosse ao encontro do “escolhido”. “Gandula, chama o Crislan. Põe ele nesse time”, grita um dos atleticanos.

Não demorou muito tempo e lá foi o técnico honorário chamar o atacante. “Toda vez a gente fica ali para ajudar. Ficamos bem do lado para quando o treinador chamar a gente sair no “galeto”, como se diz, na corrida para chamar o jogador”. Depois da missão cumprida, Rodrigo voltava para o seu posto achando graça da fama momentânea.

Perguntado se tinha interesse em se profundar nas táticas e mergulhar nos treinamentos para um dia ser treinador, Rodrigo foi humilde. “Foi muito bacana o que a torcida fez, mas não, não. Me deixa na reposição de bola que fica mais fácil”.