Gana vence Brasil nos pênaltis e é campeão no Sub-20

O Brasil teve todas as oportunidades para derrotar Gana na final do Mundial Sub-20 do Egito, nesta sexta-feira, no Cairo, mas deixou escapar o pentacampeonato. E de forma heroica, os ganeses seguraram o 0 a 0 durante a partida, fizeram 4 a 3 nas penalidades e conquistaram o primeiro título de uma seleção africana na competição.

Logo no final do primeiro tempo, Gana teve um jogador expulso e atuou durante toda a partida com um a menos. O Brasil não soube aproveitar a vantagem, como não soube também definir nos pênaltis: Maicon daria o título aos brasileiros se fizesse a quinta cobrança, mas errou feio e bateu por cima.

A seleção ganesa chegou ao seu primeiro título após já ter perdido duas finais, em 1993 e 2003. Antes de derrotar o Brasil, os africanos passaram pela Hungria na semifinal, pela Coreia do Sul nas quartas e pela África do Sul nas oitavas. Na fase de grupos, venceu o Usbequistão, goleou a Inglaterra e empatou com o Uruguai, classificando-se em primeiro.

Apesar de contar com Adiyiah, artilheiro do Mundial Sub-20 com oito gols e eleito melhor jogador da competição, Gana iniciou a partida privilegiando a marcação. A seleção brasileira tinha maior posse de bola e pressionava o adversário, mas as chances efetivas de gol eram poucas. Antes dos 15 minutos do primeiro tempo, as duas principais oportunidades vieram em cruzamentos de Giuliano, que por pouco Rafael Tolói e Paulo Henrique não completaram.

A partir da metade da primeira etapa, os ganeses melhoram e foram para o ataque. Aos 23, Ayew cobrou escanteio, Rafael saiu mal e Rabiu, sozinho na segunda trave, cabeceou para fora. O domínio da seleção africana seguiu até aos 37, quando Addo deu carrinho por trás em Alex Teixeira e acabou expulso.

Com um a mais, o Brasil melhorou e quase abriu o placar quatro minutos após a expulsão. Alan Kardec recebeu na área e bateu de virada, mas a bola passou próxima da trave esquerda e saiu.

O panorama permaneceu no início do segundo tempo e, mesmo sem ser tão incisiva, a seleção brasileira dominava a posse de bola e criava algumas oportunidades. Duas delas vieram novamente com Alan Kardec, aos 13 e aos 15, ambas de cabeça – uma defendida pelo goleiro Agyei e a outra por cima do gol.

Cada vez mais recuada, Gana dificultava as ações ofensivas do Brasil. Douglas Costa entrou no lugar de Paulo Henrique, mas os problemas de criação continuavam. Aos 30, foi a vez do atacante Maicon substituir o volante Renan, o que não mudou a apatia do ataque brasileiro. Assim, a partida foi para a prorrogação sem maiores problemas para os africanos.

Um pouco mais agressiva no início da prorrogação, a seleção brasileira criou sua grande chance aos seis minutos: Alex Teixeira puxou contra-ataque pela esquerda, deu bonita finta e rolou para o meio da área. Após Alan Kardec furar, a bola sobrou sozinha na marca do pênalti para Maicon, que bateu no meio do gol e permitiu a defesa de Agyei.

Aparentando muito cansaço, as duas seleções passaram a dar mais espaços. Gana tentava chegar ao gol em bolas alçadas na área, quase sempre cortadas pela defesa ou pelo goleiro Rafael. E antes da partida ir para os pênaltis, o Brasil teve outra oportunidade. Wellington Júnior avançou pela direita, cortou para o meio e bateu de esquerda no canto, para boa defesa de Agyei.

Nos pênaltis, as duas seleções converteram até a terceira cobrança, quando Rafael defendeu o pênalti de Mensah. Souza errou na sequência, assim como Addae. Maicon teve o título em seus pés, mas isolou o chute e permitiu o empate ganês com Adiyiah. Na primeira cobrança alternada, Alex Teixeira bateu mal e Agyei defendeu. E no pênalti decisivo, Agyemang-Badu chutou com calma, fez 4 a 3 e garantiu o título para a seleção de Gana.

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