Galo e São Paulo ficam no 2 a 2

Sem técnico e sem diretor de futebol Carlos Augusto Barros e Silva pediu demissão

e ainda com os salários atrasados, os jogadores estão conseguindo se manter longe de toda a confusão política que trava o clube.

O São Paulo empatou ontem com o Atlético Mineiro em Belo Horizonte por 2 a 2. Foi a terceira partida comandada pelo preparador de goleiros Rojas, com dois empates e uma vitória. Animados com a reação dentro de campo desde a demissão de Oswaldo de Oliveira, os atletas até lamentavam o empate. “Poderíamos até ter vencido o jogo. Perdemos muitos gols no primeiro tempo. O resultado foi bom mas era para ser bem melhor”, resumia, inconformado, Luís Fabiano. “Fomos melhor do que o Atlético durante a maior parte do jogo. Mas deixamos escapar a chance da vitória”, analisava Rogério Ceni.

Os dois têm razão. O São Paulo começou oportunista neste domingo. A equipe estava ciente que enfrentava o Atlético pressionado pela própria torcida exigindo a saída de Celso Roth. Acostumados com tudo o que aconteceu com Oswaldo de Oliveira, os paulistas trataram de se aproveitar.

As ordens eram duas: tocar a bola, atrair o tenso time mineiro e aproveitar os contragolpes.

O ponto fraco no início era o nervosismo do estreante e visado Lugano. Cicinho acertou a trave aos três minutos. Porém, foi numa indecisão do zagueiro que permitiu a antecipação do volante Ferrugem de cabeça, que o Atlético saiu na frente no placar: 1 a 0. O gol, no entanto, não tranqüilizou os anfitriões. Empolgados, esqueceram a fragilidade técnica e tática e buscaram ampliar a vantagem. Pecado quase mortal de Roth.

O São Paulo começou a aproveitar como queria as oportunidades para armar contragolpes diante da exposta -e fraca -zaga atleticana. Não demorou para Kaká colocar Luís Fabiano livre diante de Velloso aos 25 minutos.

O drible no goleiro e o seu 24º gol em 24 partidas seguidas. A partir daí, a pressão contra Roth por parte dos torcedores aumentou e os jogadores mineiros mostravam todo

o seu nervosismo abrindo ainda mais espaço atrás. Livre, Luís Fabiano perdeu dois gols incríveis.

Mas coube a Kaká a virada momentânea. Ricardinho cobrou escanteio, o volante Genalvo falhou e deixou a bola passar. Ela sobrou livre para o jovem meia só empurrar para as redes: 2 a 1 aos 34 minutos. Kaká ainda está mal fisicamente, mas os seus lampejos de ótimo jogador estão voltando.

O São Paulo teve a partida à disposição. Faltou precisão e companhia a Luís Fabiano. Reinaldo continua muito mal e desperdiçando ataques preciosos. A reação do Atlético foi um chute esporádico de Cicinho que acertou a trave de Rogério. “Podemos ganhar essa partida. Estamos fazendo tudo certo”, resumia empolgado, Luís Fabiano.

O São Paulo voltou mais seguro. Rojas mostrou conhecimento tático ao recuar Adriano como terceiro zagueiro. Com a mudança, o futebol de Lugano cresceu. O time dominava o jogo e tocava

a bola. Celso Roth era xingado por todo o estádio quando Lúcio Flávio encobriu Rogério Ceni fazendo um gol lindo aos 20 minutos: 2 a 2.

A partir daí, o ritmo da partida caiu. O empate acabava agradando tanto ao São Paulo como ao Atlético. Rojas fez seu time marcar na intermediária e gastar o tempo tocando a bola para passar o tempo. Conseguiu o seu intento. “Estamos obtendo a estabilidade que nos dá paz para jogar. Era o que precisávamos”, confessava Júlio Baptista. Agora o time irá se preparar para enfrentar o Goiás pela Copa do Brasil na quinta-feira no Morumbi. Vale a classificação à semifinal.

Atlético-MG 2×2 São Paulo

Atlético-MG: Velloso; Cicinho, Nem, André Luís

e Marquinhos (Alex); Genalvo, Ferrugem (Marcelo Silva), Lúcio Flávio e Juninho; Fábio Júnior (Quirino) e Guilherne. Técnico: Celso Roth.

São Paulo: Rogério Ceni; Leonardo Moura, Lugano, Gustavo Nery e Fabiano; Adriano, Júlio Baptista, Kaká e Ricardinho; Reinaldo e Luís Fabiano. Técnico: Roberto Rojas.

Gols: Ferrugem aos 10, Luís Fabiano aos 21 e Kaká aos 34 minutos do primeiro tempo; Lúcio Flávio aos 21 do segundo.

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