Fracassos recentes acendem luz de alerta no Paraná

Comissão técnica e jogadores não conseguem encontrar uma justificativa para o fraco desempenho do time. Após onze rodadas, a apreensão toma conta do Paraná Clube, que segue ladeira abaixo no Brasileirão. Freqüentador assíduo do G4 ao longo das primeiras nove rodadas, hoje o Tricolor ocupa um modesto 8.º lugar e corre o risco – com os jogos programados para hoje – de perder outras três posições. Mais do que a colocação em si, a preocupação é com o frágil rendimento do time sob o comando do técnico Pintado.

O treinador, logo após a derrota para o Figueirense (a terceira do clube na competição), prometeu à torcida que irá recolocar o Paraná ?nos trilhos?. Uma reação que não pode mais ser adiada. Na próxima semana, Pintado completa dois meses à frente do time e até aqui, em nove partidas, tem um aproveitamento de apenas 37%. Foram somente duas vitórias – contra Cruzeiro e Sport – e uma série de deslizes que já fazem pairar sobre a Vila Capanema uma grande dúvida sobre a capacidade do elenco.

É esse quadro que o treinador quer combater. ?Não pode haver dúvida sobre a qualidade desse grupo, que já mostrou aonde pode e quer chegar?, disse Pintado. ?Então, é hora de reagir, com personalidade e com capacidade.? A situação do Tricolor é no mínimo inusitada, invicto na condição de visitante, não consegue impor o seu futebol jogando em seus domínios. Nessa ?era? Pintado, o Paraná não conseguiu um grande jogo na Vila Capanema.

O melhor desempenho ocorreu no clássico frente ao Atlético. Apesar do empate (2×2), foi nesse jogo que o time conseguiu um equilíbrio técnico e tático. Nem mesmo na vitória sobre o Sport – a única do time em casa – o Tricolor ?encheu os olhos? de sua torcida. Nas outras partidas, só lamentações: derrotas para São Paulo (com uma ?mãozinha? do árbitro), América-RN e Figueirense.

Curiosamente, no clube havia uma grande preocupação com a tabela do Brasileiro, que marcava quatro jogos fora de casa nas seis rodadas iniciais. Uma fase que o grupo tirou de letra. Foi justamente em um período que era visto como a chance de consolidação do Tricolor como uma das forças do Brasileiro que o time naufragou. Em cinco rodadas -sendo quatro delas em casa -, somou apenas cinco pontos, aproveitamento muito ruim, ainda mais para um elenco que tem (ainda) como meta voltar à Libertadores.

Jogadores pedem pra torcida incentivar

Os recentes fracassos em plena Vila Capanema deixaram suas marcas. Após a derrota pro Figueira, o goleiro Flávio criticou o comportamento dos torcedores das sociais, historicamente ?ácidos? e pouco vibrantes. É deste setor que surgem as primeiras vaias e ?movimentos? para a saída deste ou daquele profissional.

?Eles têm que ver que só atrapalham. A cobrança faz parte, mas durante o jogo o certo é apoiar, jogar com o time?, disse Flávio. O capitão Beto concorda. ?Ouvir um grito de incentivo sempre ajuda, mexe com o time e também com o adversário?, confirmou o volante. ?O ideal seria que o torcedor fizesse como a Fúria, que tentou nos apoiar o jogo inteiro. E, vale ressaltar, luta não faltou para o nosso time?, completou Beto.

O capitão considera as cobranças naturais, diante da queda de rendimento do time, que não vence há quatro rodadas. ?No futebol, você tem que provar a cada jogo. Por isso, temos que ter cabeça fria e confiança para reverter essa má fase?, ponderou. ?Num campeonato tão longo, é impossível jogar bem sempre, mas já perdemos muitos pontos em casa e é hora de dar a volta por cima.?

Beto também aproveitou para negar – com veemência – boatos que davam conta de problemas no relacionamento do grupo com o treinador. ?Isso é mentira. Não existe. Quando o resultado não vem, buscam-se justificativas. O grupo está fechado com o Pintado?, assegurou.

Mais do que o comportamento do torcedor, a sua ausência também causa desconforto. Afinal, em seis jogos disputados na Vila Capanema, o Paraná tem uma média muito ruim, de apenas 6.118 pagantes/jogo. Na quinta-feira, mesmo com o ingresso a R$ 10, o torcedor não se dispôs a encarar a fria noite curitibana. Foi o pior público do clube no Brasileiro, com apenas 2.744 pagantes.

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