Fora da Copa, seleção uruguaia prepara renovação

Eliminado da Copa do Mundo nas oitavas de final, o Uruguai viajou ao Brasil com a terceira maior média de idade do torneio, com 28,6 anos, e agora tem o desafio de manter o país competindo em alto nível, depois da provável despedida de parte de uma geração após o Mundial. Dos 23 jogadores do elenco, sete têm hoje 30 anos ou mais e outros dez terão passado dessa marca daqui a quatro anos.

“Termina uma etapa, mas começa outra, temos de seguir da mesma maneira”, afirmou Diego Forlán após a derrota por 2 a 0 para a Colômbia, no sábado, em partida disputada no Rio. Aos 35 anos, o atacante atuou em sua terceira Copa e não deve jogar em outra edição do torneio.

Quem também provavelmente está se despedindo é o zagueiro Diego Lugano, de 33 anos, que acredita que o Uruguai tem jovens surgindo para substituir os atletas mais velhos. “Há muitos jogadores jovens, isso é o que acalma os mais experientes, que não devem disputar outro Mundial. Temos a tranquilidade de que seguirão com a mesma mentalidade, de continuar sentindo essa camisa e de sempre competir”, afirmou o defensor.

Forlán, de 35 anos, e Lugano, de 33, são exemplos de veteranos que já vinham sendo substituídos durante a Copa. Eles foram barrados depois de jogarem mal na estreia uruguaia no torneio – derrota por 3 a 1 para a Costa Rica. O zagueiro foi trocado pelo jovem zagueiro José María Giménez, de apenas 19 anos, enquanto o atacante saiu da equipe depois de Luis Suárez se recuperar de lesão e só retomou o lugar porque o colega foi banido do Mundial pela mordida no italiano Giorgio Chiellini.

O alívio para o Uruguai é que dois de seus melhores jogadores, os atacantes Suárez e Edinson Cavani, têm 27 anos e devem seguir atuando em alto nível por mais algum tempo. Junto de Forlán, eles foram os destaques do Uruguai semifinalista na Copa de quatro anos atrás – fase que o país não alcançava no torneio desde 1970 – e campeão da Copa América de 2011, quebrando jejum de títulos iniciado em 1995.

Quem também foi fundamental nesse processo de recuperação da competitividade da seleção uruguaia foi o técnico Óscar Tabárez, que tem contrato acabando em julho e não se sabe se ele continuará no comando da equipe, em que ele está desde 2006. “O Maestro”, como os uruguaios o chamam, foi técnico do país na Copa de 1990, quando os uruguaios alcançaram as oitavas de final e só conseguiram passar da fase de grupos de novo após a volta dele ao cargo.

“Essa é uma decisão que ele tem de tomar. Também temos de ver se os dirigentes vão querer que ele permaneça. São duas partes que precisam entrar em um acordo. Se ele não continuar, não vão haver mais palavras do que as de agradecimento a ele”, disse Forlán, que comemora os resultados que esse grupo de jogadores conseguiu alcançar com a camisa uruguaia.

“Coletivamente, é espetacular para nós nos classificarmos para duas Copas, chegar a uma semifinal. Ganhar uma Copa América também. São muitas coisas incríveis, muito mais do que imaginávamos”, disse o atacante, eleito pela Fifa o melhor jogador do Mundial de quatro anos atrás.

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