Fita não mostra briga entre Luxemburgo e torcedores

Editada de forma estranha, a cópia da fita entregue pela Infraero à Polícia Civil oculta o momento exato da briga entre o técnico Vanderlei Luxemburgo e integrantes da torcida Mancha Alviverde, na última sexta-feira, no Aeroporto de Congonhas.

A polícia afirma que recebeu a cópia pronta e irá solicitar o restante do material. A administradora do aeroporto, porém, garante que disponibilizou todas as imagens. Em lados opostos, o técnico e a torcida organizada palmeirense apostam na gravação para mostrar quem começou a troca de agressões no aeroporto.

A reportagem teve acesso à gravação editada, de aproximadamente 10 minutos. As imagens da câmera 42 do aeroporto apresentam um pequeno corte entre a movimentação antes do incidente e a ação enérgica de 11 agentes do Garra e do GOE para dispersar os manifestantes, entre 20 e 30 pessoas.

A edição é suficiente para mostrar apenas o tumulto já contido, quando seguranças do Palmeiras chegam para acalmar os torcedores. Luxemburgo aparece cercado por seguranças e policiais. Quatro pessoas saíram algemadas por desacato a autoridade – três assinaram termo circunstanciado.

Na sexta-feira, Luxemburgo fez novo exame de corpo de delito, desta vez no Instituto Médico Legal. Em seu depoimento, ele alega que a fratura no cotovelo direito foi causada por agressão. Testemunhas presentes no local dizem que o técnico se feriu ao errar um chute, caindo em cima do braço. Antônio Carlos Catta-Preta, advogado de Luxemburgo, não confirma, mas diz que a atitude seria uma reação defensiva. “Na iminência de ser agredido, ele exerceu um direito natural, espontâneo”.

Segundo uma pessoa que estava próxima ao tumulto, os torcedores cobravam, principalmente, atitude do time. “Eles diziam: ‘Tem jogador ganhando muito e só fica andando em campo'”. Acuado, Luxemburgo teria reagido com uma postura de enfrentamento. “O técnico dessa porra sou eu! Aqui quem ganha R$ 700 mil para comandar o time sou eu”, teria dito o treinador.

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