Futebol

Fim do patrocínio da Caixa pode afetar com força o Trio de Ferro

O provável fim do patrocínio da Caixa Econômica Federal atingirá com força o atual sistema econômico do futebol brasileiro. Com o mercado de patrocínios retraído na iniciativa privada, o cenário se tornaria mais árduo para Athletico, Coritiba e Paraná reporem a verba que seria perdida em caso de uma saída de cena da Caixa.

De acordo com dados repassados pelo próprio banco ao portal InfoMoney, a estatal gastou R$ 663,6 milhões com patrocínios no futebol desde 2012, quando iniciou os aportes no esporte.

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Recentemente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o patrocínio do banco ao mundo da bola, que representa 25% da verba de publicidade da estatal, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU).

Somente em 2018, dez campeonatos e 24 clubes receberam R$ 138,7 milhões. Deste montante, o Coritiba angariou R$ 3 milhões, o Athletico R$ 6 milhões e o Paraná outros R$ 5 milhões.

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Receio da iniciativa privada e desafios para dupla Atletiba

Agora, segundo especialistas, caso o corte do repasse estatal seja confirmado pelo governo federal, representará uma retração de até 20% no mercado do futebol brasileiro. Vácuo que dificilmente será preenchido pela iniciativa privada.

“Os clubes vão ter de se virar para achar um novo patrocinador. E, muito possivelmente, da iniciativa privada”, prevê o especialista em marketing esportivo, Erich Betting.

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“Não é que a Caixa estivesse pagando algum absurdo, mas tirar este dinheiro hoje da iniciativa privada, em tempo de mudança de governo, é muito difícil. A tendência é do setor privado ficar receoso de fazer um investimento mais forte neste momento”, reforça.

Segundo o também especialista em marketing esportivo, Amir Sommoggi, o corte da Caixa afetaria com mais força clubes como Athletico e Coritiba, que não estão em mercados tão valorizados em termos de audiência e comercialização, como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo.

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“O Athletico ainda tem uma situação mais confortável, por ter outras fontes de receita além do patrocínio máster, como venda de atletas”, avalia. “O caso do Coritiba é pior, porque tem poucas fontes valiosas de receita e uma diferença de faturamento grande em relação ao rival”, prossegue.

Internamente, o Coxa já trabalha em busca de alternativas. O ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade, por exemplo, lidera a busca alviverde por patrocínios de empresas privadas.

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Via assessoria de imprensa, o presidente Samir Namur revelou que o clube já tem tratativas para conseguir um patrocínio máster novo no patamar financeiro do aporte da Caixa.

“No caso do Coritiba, significa a perda de R$ 3 milhões no ano, cerca de 6% da previsão de receita. No entanto, já existem tratativas para conseguis um novo patrocínio máster neste patamar”, garante o mandatário. A reportagem buscou contato com o Paraná e com o Athletico, mas não obteve retorno.

Relação com a televisão

Já para o Furacão, o fim do vínculo com a Caixa poderia forçar o clube a uma mudança de relacionamento com a Rede Globo, por exemplo. Atualmente, apenas Athletico e Palmeiras ainda não fecharam um novo contrato com a emissora carioca para tevê aberta e pay-per-view para o período que vai de 2019 a 2024.

“Há um impacto maior do Athletico na relação com a Globo. Fora da tevê aberta, o clube tem mais dificuldades de achar um patrocinador máster”, ressalta Betting.

“Os clubes vão precisar se esforçar mais para aparecer na tevê aberta e provar a iniciativa privada que vale à pena o investimento. As empresas pensam em exposição neste momento”, completa.

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