Felipe Alves está à disposição de Caio Júnior

Fim de novela. O volante Felipe Alves foi apresentado ontem como o novo reforço (o 7.º) do Paraná Clube para a disputa do Brasileirão. Destaque da Adap, vice-campeã paranaense, o jogador tinha acerto com o Tricolor há tempos (mais precisamente, desde as quartas-de-final, quando o time de Campo Mourão eliminou o Atlético), mas havia uma pendência a ser resolvida com o presidente do time do interior, Adílson Batista. Com o problema contornado, o jogador finalmente começou a treinar e espera estar à disposição de Caio Júnior já para o jogo de domingo.

?Estou em plena forma. Vinha treinando apenas em um período, mas isso a gente recupera rapidamente?, disse Felipe Alves. Atuando como primeiro ou segundo volante, Felipe Alves se destacou pela sua eficaz marcação e uma saída de bola qualificada. ?É minha segunda oportunidade na primeira divisão e espero fazer um grande campeonato?, comentou. No ano passado, o volante fez dez jogos pelo Vasco da Gama, na Série A. Carioca, Felipe Alves esteve nas categorias de base do Atlético (1998/99), mas preferiu deixar o clube quando seria emprestado ao PSTC.

?Lá, derrota em casa era sinal de pressão. Quando perdemos uma final para o Malutrom, quiseram que eu fosse para o interior e eu não aceitei?, disse Felipe Alves. O jogador de 24 anos assinou contrato até 2009, com o Paraná (através do Grupo de Investimentos e da L.A. Sports) adquirindo 50% de seus direitos federativos. Além de Angelo e Batista, ex-companheiros de Adap, o volante também reencontrou Edinho e Franklin, com quem jogou no Vasco. ?Adaptação não será problema. Estou em casa?, finalizou. (IC)

Muçamba quer ficar. Mas não depende dele

O futuro de Rafael Muçamba será definido hoje. Um dos jogadores mais regulares do time campeão paranaense -identificado com a torcida e referência dentro do grupo -Muçamba pode não renovar o seu contrato. Tudo vai depender da flexibilidade da Kirin Soccer, empresa que detém os direitos federativos do atleta. O Paraná Clube fez ontem uma oferta final ao empresário Róbson Ferreira e aguarda uma resposta.

Como já definiu bases salariais com Muçamba, o único entrave está na negociação com a empresa de gerenciamento esportivo. ?Temos nosso orçamento definido e a oferta foi final?, afirmou o vice de futebol José Domingos. O problema é que a Kirin recebeu também uma proposta do Atlético Mineiro, ao que tudo indica mais vantajosa. ?Não entramos em leilão. Aqui, oferecemos aquilo que podemos pagar e por isso os salários estão em dia?, alfinetou José Domingos.

Muçamba não esconde que essa situação já começa a incomodar. ?Por mim, já teria renovado. Pressionei o pessoal da Kirin nesse sentido. Agora, a bola está com eles?, afirmou o jogador, que tem planos de seguir no Paraná por mais uma temporada. ?No ano passado, fizemos uma boa campanha e esse ano tem tudo para ser melhor. Torço para dar tudo certo?, disse o volante, cujo contrato se encerra no fim do mês.

A situação do clube, hoje, em relação a volantes, é tranqüila. ?Não negamos a importância do Muçamba no elenco. Mas não podemos extrapolar nossos limites?, afirmou José Domingos. O Paraná, que trouxe Felipe Alves e Batista da Adap, tem ainda como opções para a cabeça-de-área Beto, Serginho e Élton, sem contar Da Silva, que pode atuar como zagueiro ou volante.

Pra igualar os R$ 250 mil, torcida teria que ir pro ?sacrifício?

A venda do jogo frente ao Corinthians – 5.ª rodada, dia 14 de maio, às 18h10 – para a cidade de Maringá depende apenas da homologação da CBF. A diretoria do Paraná Clube, mesmo sabendo ser uma decisão que provoca insatisfação na sua torcida, decidiu correr o risco. Valores não são confirmados oficialmente, mas o clube receberá em torno de R$ 250 mil, livre de quaisquer despesas. ?Não foi uma decisão intempestiva. Isso foi exaustivamente debatido e houve a aprovação unânime dos integrantes da diretoria?, justificou o presidente José Carlos de Miranda.

A decisão foi tomada com o objetivo único de garantir uma arrecadação que dificilmente seria obtida nas bilheterias do Pinheirão. José Carlos de Miranda não descarta a possibilidade de que outros jogos venham a ter seus mandos alterados. A regra vale somente até o momento em que o Estádio Durival Britto esteja finalmente reformulado. ?É uma decisão da diretoria. Assim que a Vila Capanema for reinaugurada, todos os jogos serão realizados na nossa casa. Será uma forma de testarmos o potencial do nosso estádio para a mobilização da torcida?, comentou o dirigente.

O Tricolor, no ano passado, vendeu cinco jogos para o interior – quatro deles para Maringá, onde o desempenho técnico foi muito ruim, e um para Cascavel – desta vez, a intenção da diretoria é recorrer a essa ?estratégia? apenas neste jogo. Até porque, diante da decisão de não sair de sua casa assim que voltar à Vila – o que ocorrerá após a Copa do Mundo -os outros quatro jogos que o Tricolor realiza em casa têm fraco apelo comercial. Além de Botafogo, neste domingo, o Paraná recebe Grêmio, Figueirense e Santa Cruz no período pré-Copa.

Miranda negou ter recebido proposta para mandar o jogo frente ao Flamengo, em Joinville. ?Este jogo será só em outubro e até lá já estaremos na Vila?, frisou o presidente tricolor. O dirigente destacou ainda que a diretoria do Galo Maringá atendeu a todas as exigências feitas para que o jogo do Corinthians fosse marcado para o Estádio Willie Davids, como local adequado e entrada independente para a torcida tricolor. ?Temos compromissos profissionais a cumprir. O mercado inflacionou e a nossa cota de tevê continua exatamente a mesma?, disse Miranda (R$ 3,9 milhões).

Além disso, o Paraná possui um fluxo muito grande de pessoas que usam o benefício do meio-ingresso. ?É impressionante, mas em média, nos nossos borderôs, 60% dos torcedores entram com o meio-ingresso?, disse Miranda.

Despesas no Brasileirão são maiores

Para o vice de finanças, Aurival Correa, é muito difícil definir percentuais de despesas. ?Varia muito de jogo a jogo?, explicou. Na final do Paranaense, por exemplo, pouco mais de 40% da renda bruta ficou para o pagamento de taxas da FPF, segurança, arbitragem, sendo que sobrou para os cofres do Tricolor pouco mais de R$ 200 mil, valor inferior à cota paga pelo Galo Maringá. ?No Brasileiro, o custo aumenta, pois as taxas são mais elevadas. Mas, não há como estabelecer um percentual preciso, pois há despesas fixas e variáveis?, comentou Correa. ?É claro que com grandes arrecadações, sua receita será maior. Em jogo com pouco público, a despesa pode atingir 80, 90% da renda?.

Aurival estima que para igualar o valor que o Tricolor receberá pelo jogo frente ao Corinthians, seria necessário lotar o Pinheirão com o ingresso custando praticamente o dobro do valor cobrado na final do estadual (algo em torno de R$ 40,00, com R$ 20,00 para o meio-ingresso). Por exemplo, se o árbitro escalado for Fifa, a receita do clube já diminuirá. Com a transferência do jogo para Maringá, todas as taxas serão pagas pelo Galo, incluindo arbitragem e despesas com a abertura do Estádio Willie Davids. ?O Paraná tem uma das menores cotas de tevê. Melhoramos muito a nossa condição financeira, mas ainda é preciso buscar novas receitas?, disse Correa.

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