Felipão admitiu que houve picuinhas pelo fato de não ser europeu

Pela primeira vez desde que deixou o comando da seleção para assumir a equipe de Portugal, o técnico Luiz Felipe Scolari admitiu que sentiu na pele o preconceito europeu diante de treinadores estrangeiros. Com a agravante de que chegou à “terrinha” com o título de campeão mundial. A revelação foi feita ontem, quando o ex-comandante do Brasil esteve em São Paulo para participar de palestra sobre psicologia esportiva na Universidade São Judas Tadeu.

Apesar das dificuldades decorrentes do desafio, Scolari se mostrou satisfeito com os resultados obtidos até agora. “Houve uma ou outra picuinha pelo fato de eu não ser europeu”, afirmou. “Mas torço para que nosso trabalho dê certo, pois vamos abrir portas para outros profissionais.” Depois de tanto falar sobre a importância da psicologia no trato com os jogadores, o técnico reconheceu que até mesmo ele passa por esse tipo de preparação.

A idealizadora do trabalho é a psicóloga Regina Brandão. É dela a análise mais detalhada dos difíceis momentos vividos por Scolari em terras lusas. “Além dos atletas, o pessoal da comissão técnica também passa pela análise de perfil”, afirmou a especialista. “No caso do Luiz Felipe, esse preconceito se traduziu mais como uma desconfiança. Depois veio aquela história de não chamar as estrelas e convocar o Deco (brasileiro naturalizado português). Mas acho que tudo isso acabou quando o time venceu o Brasil com um gol dele (Deco).”

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Mais descontraído, Scolari ainda comentou sobre o Palmeiras: “é preciso organização e, antes de mais nada, aceitar que está disputando a segunda divisão”. Falou também de Libertadores. Disse estar torcendo para que Corinthians, Santos, Paysandu e Grêmio cheguem à semifinal.” Além disso, falou de psicologia: “Acredito que 30%, 40% ou até 50% do nosso êxito possa ser atribuído a esse trabalho”.

O treinador só ficou irritado quando foi solicitado seu comentário sobre a atual seleção brasileira. “Não vou falar nada sobre isso. Quando eu estava lá muitos companheiros me criticaram. Anotei o nome de um por um no meu caderninho e o que disseram.”

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