Família defende atleta com feminilidade sob suspeita

Familiares, treinadores e autoridades esportivas da África do Sul saíram, nesta quinta-feira, em defesa da campeã mundial dos 800 metros, Caster Semenya, que se submeteu a exames médicos para comprovar que é uma mulher.

A sul-africana de 18 anos superou suas adversárias e ganhou a medalha de ouro dos 800 metros na quarta-feira, pouco depois da revelação de que os organizadores do Mundial de Atletismo pediram que realizasse exames diante da suspeita de que não cumpre os requisitos para competir como mulher.

“Ela me disse que não entende por que tanto alvoroço”, disse Phiwe Mlangeni-Tsholetsane, diretor da equipe sul-africana. “Ela acredita que é um talento que Deus lhe deu e vai aproveitar”, revelando que a atleta está contente com a conquista do título mundial.

Jacob, pai de Semenya, também descartou as especulações e garantiu estar surpreso com a polêmica. “Ela é minha pequena filha”, declarou ao jornal sul-africano Sowetan. “Eu a criei e nunca tive dúvidas sobre seu gênero. Ela é uma mulher e posso repetir isso milhões de vezes”.

Maputhi Sekgala, avó paterna de Semeneya, disse que a controvérsia “não me incomoda muito porque sei que ela é uma mulher. O que posso fazer quando dizem que é um homem, se realmente não é um homem? Deus a fez parecer assim”, disse Sekgala ao diário sul-africano The Times.

Há três semanas, a Federação Internacional das Associações de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês) pediu a federação sul-africana a realização de exames depois que Semenya conseguiu o melhor tempo do ano – 1min56s72 – na disputa do Campeonato Juvenil Africano.

A impressionante melhora nos tempos da adolescente, além do seu físico musculoso, provocaram as especulações sobre o seu gênero. Depois de vencer a final dos 800 metros, com o tempo de 1min55s45, Semenya não concedeu entrevistas.

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