Explicações de Mário Sérgio não convencem

Explicações, explicações e explicações. O técnico Mário Sérgio não gostou muito das perguntas feitas durante a entrevista coletiva, mas teve que dizer por que mudou radicalmente a formação da equipe, porque preteriu o artilheiro e porque entrou com um time extremamente recuado. A culpa da derrota, segundo o treinador, ficou para a arbitragem, mas a torcida não gostou do que viu e voltou a chamar o treinador do Atlético de burro, novamente, num Atletiba.

“Eu não errei”, defendeu-se dos questionamentos sobre a escalação de um time que não havia treinado. De acordo com ele, a idéia era chamar o Coritiba para cima e buscar os gols nos contra-ataques. Não deu certo e o esquema desmoronou com a expulsão de Vânderson, logo aos 17 minutos de partida. “Perdemos porque ficamos com 10. Se tivéssemos os 11 não perderíamos. Quando estávamos com 11 jogadores, o placar era de 0 a 0 e jogo estava igual”, ponderou.

Sobre a surpreendente saída do artilheiro Washington, Mário apontou a lentidão do jogador para sacá-lo do time. “Eu estou jogando no campo do adversário e preciso de velocidade na frente. O Washington é um jogador lento e ficou um ano sem jogar. Ele começou a jogar pelo Atlético contra times fracos”, explicou. De acordo com ele, armar o time para jogar no contra-ataque e ter Washington no time seria o mesmo que não ter esta arma.

Mesmo assim, o comandante rubro-negro confia totalmente numa reviravolta na partida decisiva, domingo que vem, na Arena. “Se o nosso time jogar em casa o que jogou no Couto Pereira vai ser difícil para eles”, apontou. Neste jogo, o treinador não poderá contar com o volante Vânderson e espera pelas recuperações do zagueiro Rogério Correia e do meia Adriano.

Arbitragem

Como já era esperado, o treinador rubro-negro voltou a execrar a arbitragem. Apesar de sua equipe ter abusado das faltas violentas e ser pouco punida por isso, Mário Sérgio classificou a condução de Héber Roberto Lopes de tendenciosa. “O Vânderson abriu os braços e o juiz interpretou que ele deu um soco na cara do jogador adversário. Agora, eu não vou julgar o juiz. Isto é um problema da diretoria e da torcida atleticana”, analisou.

No entanto, a torcida do Furacão parece estar pouco disposta a perdoar o treinador pela escalação da equipe e pela substituição de Jádson. Se a formação inicial já havia causado estranheza na arquibancada, a saída do meia aos 19 minutos levou os torcedores a entoarem o grito de “burro, burro” para Mário Sérgio.

Chateado, Washington diz que quer pagar com gols

O técnico Mário Sérgio, do Atlético, somou mais problemas para administrar na semana decisiva do campeonato paranaense. Além da derrota para o Coritiba, no sábado, e a obrigação de vitória no jogo de volta, agora o treinador tem que contornar o descontentamento do atacante Washington e do ala direito Alessandro Pinto. Os dois não gostaram nada do tratamento recebido no clássico e não fizeram questão de esconder a insatisfação.

“Claro que fiquei chateado. Se dissesse que não seria mentira minha. Eu quero sempre jogar. Joguei o campeonato todo e não gostei de ficar fora da final. É normal, é opção dele (do técnico)”, disse o artilheiro do time, que tem dez gols em dez partidas e foi sacado para a entrada de Dagoberto, que não o substituiu a altura. Apesar do desânimo, ele espera ser chamado para o segundo jogo da final. “Nós temos que estar preparados agora e eu tenho certeza que vão precisar de mim no jogo de volta e tenho que estar preparado para buscar o título”, apontou.

Pior do que isso, é que ele não recebeu nenhuma justificativa para a saída repentina da equipe. “Ele nem conversou comigo”, revelou. Mesmo assim, ele assume a responsabilidade e diz estar apto para buscar os gols para fazer o time sair vencedor da partida decisiva. “Eu sou o homem-gol e tenho que fazer os gols para reverter essa situação. Agora, com o empate, a gente não é mais campeão. Então, vão depender muito de mim e vou estar preparado para fazer os gols e ajudar o Atlético a vencer”, prometeu.

Menos diplomático, o ala direito Alessandro Pinto saiu do Couto Pereira antes mesmo do início da partida e nem assistiu aos companheiros jogarem. “Estava concentrado e fiquei muito chateado”, disse, em entrevista à Rádio Clube. Perguntado se tinha esperança de jogar a próxima, respondeu que não. “Eu não tenho chance domingo porque com o Mário Sérgio eu não jogo mais”, disparou. Questionado sobre a situação, o treinador disse que era “onda” da imprensa. “Vocês querem fazer terrorismo, mas eu não vou dar essa colher de chá para vocês”, retrucou.

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