Maior cidade do Brasil, São Paulo saiu da rota dos grandes eventos esportivos. Com a falta de condições da pista de atletismo e da piscina do complexo do Ibirapuera, além do atraso de dois anos na reforma do ginásio Baby Barioni, as estruturas minguaram. Ao mesmo tempo, o corte drástico nos convênios do Governo do Estado com confederações inibe a atração de grandes competições. Em 2017, São Paulo não receberá etapa da Liga Mundial, do Grand Prix de Vôlei ou da Copa do Mundo de Ginástica.

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Voltar a organizar o GP Internacional de Atletismo no estádio Ícaro de Castro Melo parece difícil. Apesar da reforma recente, a pista sofreu avarias que a impedem de receber uma competição oficial. Só está liberada para treinamentos. Já a piscina olímpica do Ibirapuera, reformada em 2013, tem descolamento de azulejos desde meados de 2015, impossibilitando a realização de eventos. Agora, ela enfim foi esvaziada para restauro.

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Em 2014, o governo estadual liberou quase R$ 90 milhões em convênios com entidades e realizou, entre outros eventos, o Campeonato Ibero-americano de atletismo e o ATP Challenger Finals de tênis, todos no complexo do Ibirapuera. Também foram promovidos eventos internacionais de vôlei de praia e ciclismo, entre outras disputas nacionais. Em 2015, esse valor do convênio caiu para R$ 50 milhões/ano. Em 2016, a verba foi de R$ 3,7 milhões. Em termos absolutos, o número de convênios caiu de 159 em 2014 para quatro no ano passado.

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Coordenador de Esporte e Lazer de São Paulo, Flávio Godoy de Toledo argumenta que uma mudança na legislação tornou a assinatura de parcerias um processo mais seguro, mas também mais lento. A nova lei 13019/2014 determina que todos os acordos têm de ser feitos por chamamento público, uma espécie de licitação. Toledo defende ainda que a crise econômica engoliu os patrocínios. “São Paulo perdeu espaço por causa da crise econômica. Os patrocinadores reduziram os investimentos”, disse o coordenador.

O corte atingiu projetos de formação de atletas e quase tirou São Paulo dos Jogos Escolares de 2016. No esporte de alto rendimento, esse cenário vem inibindo a atração de competições de médio porte de modalidades olímpicas. De forma geral, o Estado perdeu ainda eventos internacionais de maratonas aquáticas, ciclismo e vôlei de praia. Só restou um torneio de badminton, entre 8 e 12 de março deste ano, no Pinheiros, e um novo de tênis de mesa, em maio, provavelmente no CT Paralímpico, para onde migrarão os eventos paralímpicos que aconteciam no Ibirapuera. A constatação é única: a cidade de São Paulo está fora do caminho das competições esportivas.

Exceto a Copa do Mundo, o último Mundial sediado na cidade foi em 2011, de handebol, no Ibirapuera. Responsável por posicionar e promover a metrópole internacionalmente, a SPTuris não tem setor de esportes. Assim, não há um trabalho centralizado para captar novos torneios. “Com a nova gestão, a SPTuris pretende aumentar a captação de eventos nacionais e internacionais. Estamos mapeando possibilidades de eventos e empresas promotoras responsáveis pelos mesmos para que o trabalho possa ser feito de forma estratégica e assertiva”, garantiu a autarquia.

REDUÇÃO – Para atrair competições, o governo estadual reduziu em 33% o aluguel do Ginásio do Ibirapuera neste ano – cerca de R$ 17 mil. “Baixamos o preço para tentar atrair mais atividades. Se comparar com os outros, é barato”, afirmou Hélio Figueiredo, administrador do complexo esportivo Constâncio Vaz Guimarães, o Ibirapuera, reformado entre 2010 e 2013 ao custo de R$ 30,7 milhões.

Na última sexta-feira, o jornal O Estado de S.Paulo acompanhou no complexo o Monstar Series, maior evento de crossfit da América Latina. No dia 19 de março, o local, com capacidade para 10 mil pessoas, vai receber o Jogos das Estrelas do NBB. Os times do SESI, Pinheiros e Paulistano, que disputam a Superliga e/ou o NBB, geralmente preferem atuar sempre em seus ginásios, de menor capacidade.