Estrelas se escalam para jogar Olimpíada

Rio de Janeiro (AE) – A intenção do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, de que somente atletas com idade até 23 anos disputem pela seleção a Olimpíada de Atenas, em 2004, não deve ser concretizada. O dirigente dificilmente obterá sucesso, já que os Jogos serão realizados após o término de seu mandato e o artilheiro Ronaldo, da Internazionale, de Milão, e o meia-atacante Rivaldo, do Barcelona, já frisaram sua disposição de defender o Brasil na Grécia.

Mesmo fora do poder, Teixeira continuará exercendo grande influência dentro da CBF, mas um desgaste para o futuro presidente (o mandante assume em janeiro de 2004) pode ser prejudicial. Enfrentar um embate com os torcedores, a exemplo do que ocorreu este ano pela pressão à convocação do artilheiro Romário para a Copa, não seria oportuno para o novo dirigente.

Em uma decisão conjunta, o COI (Comitê Olímpico Internacional) e a Fifa (entidade máxima do futebol) vão decidir se a determinação de que cada seleção participante dos Jogos possa levar três atletas com idade acima de 23 anos vai ser mantida.

Com a norma ratificada, o técnico da seleção brasileira teria a oportunidade, por exemplo, de reeditar o “trio dos Rs” que foi fundamental na conquista do pentacampeonato Mundial: os atacantes Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.

Da vitoriosa seleção de 2002, somente o meia Kaká, do São Paulo, estará dentro das normas dos organizadores, já que terá 22 anos. Por isso, para que o Brasil conquiste o único título que lhe falta, a medalha de ouro olímpica, é provável que a CBF não deixe de utilizar este direito.

Outro fator que vai exercer forte pressão na decisão de Teixeira, mesmo que ele permaneça no poder (uma hipótese remota) é o técnico da seleção. Luiz Felipe Scolari ou outro treinador que possa estar no comando da equipe dificilmente abrirá mão do direito de levar três jogadores mais experientes.

Vanderlei Luxemburgo, na Olimpíada de Sydney, em 2000, não levou nenhum atleta com idade acima de 23 anos e a seleção foi derrotada nas quartas-de-final por Camarões, na prorrogação, com o “gol de ouro”, quando tinha dois jogadores a mais em campo. Vários episódios que caracterizaram a ausência de um líder experiente dentro do campo ocorreram, como a cabeçada do zagueiro Lúcio (Bayern Leverkusem) no meia Roger (Benfica), ambos então com 22 anos.

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