Esperanças femininas na entressafra do tênis

Há mais de uma década, nenhuma tenista brasileira sequer disputa a chave principal de um torneio do Grand Slam. A última foi Andréa ?Dadá? Vieira, no US Open de 1993.

São Paulo (AE) – O Brasil conta hoje com apenas um torneio profissional da série challenger, o Credicard Mastercard Tennis Cup, em Campos do Jordão, mas ainda assim resta uma esperança de o tênis feminino brasileiro voltar ao cenário internacional. Um novo grupo de jogadoras, com idade entre 15 e 17 anos, está com um esquema bastante profissional e, destas jovens tenistas, pode surgir uma que volte a figurar entre as cem primeiras colocadas do ranking da WTA (Associação Feminina de Tênis).

Estas jovens jogadoras, como Roxane Vaisemberg, Teliana Pereira, Fernanda Hermenegildo, Ana Clara Duarte e Flávia Borges entre algumas outras, estão investindo fortemente na carreira profissional. E o melhor é que contam com boa estrutura. Em Campinas, por exemplo, existe um centro de excelência em que empresários se utilizam de incentivos fiscais para usar o tênis como trabalho social (oferecem a prática do esporte às crianças carentes) e conseguem formar uma verdadeira escola de preparação para o circuito profissional.

Este foi o caminho escolhido por Roxane Vaisemberg, de 16 anos, que chegou a passar um período na Argentina, mas agora retornou ao Brasil para dar seus primeiros passos no profissionalismo e é a grande esperança brasileira.

Em Curitiba, um francês apaixonado pelo Brasil, Didier Rayon, está se empenhando em formar novas jogadoras. É o treinador de Teliana Pereira, filha de um ex-bóia fria e que pode chegar a ficar entre as cem primeiras do ranking.

Rayon adverte que é preciso ainda investir muito na base para aumentar o número de praticantes, mas revelou-se otimista com os encontros promovidos pela CBT (Confederação Brasileira de Tênis). A entidade coloca as melhores tenistas para períodos de treinamentos, em que trocam experiência, técnica e participam de clínicas e palestras. O primeiro encontro aconteceu em Itajaí (SC), em abril. E agora haverá outro em Guarulhos, na academia GTC.

"Acho que essa união das jogadoras vai ser muito útil. E não tenho dúvidas de que em poucos anos, o Brasil poderá ter outra jogadora entre as cem primeiras", disse Rayon.

O tênis feminino mundial ganhou muita força nos últimos anos. As jogadoras estão cada vez mais preparadas. As atuações de tenistas como Amelie Mauresmo, Maria Sharapova e as irmãs Venus e Serena Williams deu à modalidade maior atenção da mídia e do público. Este ano, o master das mulheres será em Madri, com perspectivas de brilhar até mais do que o master masculino de Xangai.

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