Escuderias podem deixar a Fórmula 1 devido à crise

Relatórios das equipes Renault, BMW-Sauber e Toyota indicam que as escuderias podem deixar a Fórmula 1 devido à atual crise econômica mundial, seguindo os passos da Honda, que decidiu em dezembro passado se retirar da categoria.
“Acho que a saída da Renault é uma ameaça certa, mas não é a única equipe que analisa este passo”, declarou Dietrich Mateschitz, o magnata austríaco dono das escuderias Red Bull Racing e Toro Rosso.

Os temores de que, como afirmou o ex-piloto Niki Lauda, “a festa terminou” na categoria, ganharam força nos últimos dias com o anúncio do grupo holandês ING de encerrar seu patrocínio à equipe Renault em 2010. O ex-piloto Marc Surer, hoje comentarista de televisão, garantiu que “todos os bancos que atuam como patrocinadores da F-1 se retirarão”, indicando que o próximo será o Royal Bank of Scotland, que patrocina a Williams.

Este seria um golpe gravíssimo contra o time inglês, que recentemente perdeu o patrocínio da Petrobras, que desmentiu no início da semana um suposto projeto de compra da Honda e patrocínio de Bruno Senna como um de seus pilotos. A Toyota, que conta com o orçamento mais alto da categoria, de US$ 310 milhões, adiantou que não continuará investindo “pois não terá bons resultados este ano”, enquanto a BMW-Sauber deve pedir mais verba à fábrica alemã, já em crise, após perder dois de seus principais patrocinadores, o Credit Suisse e a Intel.

Luca Cordero di Montezemolo, presidente da Ferrari, mantém-se otimista e afirmou que, assim como a ING anunciou que não patrocinará mais a Renault, “outros patrocinadores” chegarão à F-1, cujo campeonato começa em 29 de março na Austrália. Fontes da Honda afirmaram nas últimas horas que a escuderia japonesa recebeu uma oferta de compra do grupo Virgin, do empresário britânico Richard Branson, que se negou a falar sobre o tema.

A Virgin Mobile patrocinou em 2002 a Jordan e a Virgin Atlantic Japan patrocina há quatro anos o piloto Takuma Sato, que está desempregado. Branson também é amigo e sócio de Adrian Reynard, co-fundador da equipe BAR, transformada em Honda em 2006.