Érika perde para kosovar e fatura prata no Mundial

Ainda não foi nesta terça-feira que o judô feminino do Brasil conquistou sua primeira medalha de ouro em Mundiais. Érika Miranda foi até a final da categoria até 52kg no Maracanãzinho, mas terminou com a medalha de prata depois de ser derrotada, por um ippon de finalização, por Majlinda Kelmendi, atleta do Kosovo que lidera o ranking mundial.

A medalha de Érika é a segunda do Brasil no Mundial do Rio. Na segunda-feira, Sarah Menezes conquistou o bronze na categoria até 48kg. Outras seis brasileiras irão lutar nos próximos quatro dias. No domingo acontece a disputa por equipes.

De qualquer forma, a prata é a primeira medalha de expressão na carreira de Érika, que já tem oito medalhas continentais mas só foi uma vez campeã pan-americana, no ano passado. Em 2013, ficou apenas com o bronze. Até então, sua única grande conquista havia sido o Grand Slam de Moscou, no ano passado. Este ano, foi vice-campeã lá.

Mas, na final do Mundial, a brasileira não foi páreo para Majlinda Kelmendi. A brasileira foi a primeira a receber uma punição, no segundo minuto de luta. Em vantagem, Kelmendi deixou de atacar e também recebeu um shido. Mas, a 1min20 do fim da luta, a kosovar conseguiu derrubar a brasileira e ganhar um wazari. Na sequência, se manteve por cima para garantir o ippon.

Nascida em Brasília, Érika construiu sua carreira no Minas Tênis Clube. Defendeu a equipe de Belo Horizonte entre 2006 e 2012, rumando para o Flamengo na véspera dos Jogos de Londres. Na Gávea, passou a ser treinada por Rosicleia Campos, que já era sua técnica na seleção brasileira.

Érika, porém, foi dispensada pelo clube carioca quando Eduardo Bandeira de Mello assumiu a presidência e acabou com a equipe de judô adulto. Ficou todo o primeiro semestre sem clube e há duas semanas anunciou sua volta para o Minas.

No Maracanãzinho, a brasileira disputou seu quinto Mundial. Havia sido sétima colocada no Rio/2007 e em Tóquio/2010. Caiu nas oitavas de final em Paris/2011 em Roterdã/2009.

Majlinda Kelmendi também fez história. Com o ouro ela se tornou a primeira atleta a ganhar uma medalha em Campeonato Mundial para Kosovo, país que é reconhecido pela Federação Internacional de Judô (IJF), mas não pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Por conta disso, ela disputou a Olimpíada com a bandeira da Albânia, terminando em nono.

CAMPANHA – A medalhista de prata iniciou a campanha dela no Mundial contra a holandesa Birgit Ente, número 43 do ranking. Numa luta difícil, conseguiu a vitória apenas a 16 segundos do fim, com um ippon. Na sequência, a adversária foi a russa Natália Kuziutina, vencida apenas por conta de a brasileira ter menos advertências depois de cinco minutos de luta.

Diante da finlandesa Sundberg, quarta do ranking, Érika mostrou-se mais combativa no início e viu a finlandesa receber a primeira punição. Em desvantagem, a europeia teve que procurar o golpe e abriu espaço para a brasileira, que primeiro pontuou com um yuko e em seguida conseguiu um belo ippon, com 2min52 de luta.

Na semifinal, se vingou da romena Andreaa Chitu, responsável por eliminá-la do Mundial de Tóquio, há dois anos. Com o apoio da torcida, a brasileira foi agressiva, tentou o golpe a luta toda, e acabou vencendo a europeia com um wazari dado depois de três minutos e meio de luta. Depois, praticamente não foi ameaçada.