Enrique Bernoldi decepcionado com a Fórmula 1

Magny-Cours, França

– Enrique Bernoldi estreou na F-1 no ano passado cheio de sonhos. Todos eles foram para o espaço ontem, quando a Arrows, por motivos financeiros, pediu que ele não se classificasse para o GP da França.

Isso um dia depois de o piloto pagar, do bolso, uma multa que o time deveria ter pago há um mês, e o fez com um cheque sem fundos. “É o pior dia da minha carreira, esta não e a F-1 com que eu sonhava”, disse o paranaense, de 23 anos. “Fui impedido de andar rápido num carro de corrida, de fazer o que eu sei.” Veja abaixo a entrevista que o brasileiro deu momentos antes de deixar Magny-Cours:

Paraná-Online

– Como foram aqueles momentos na pista?

Bernoldi

-Acho que foram os mais frustrantes da minha carreira, porque eu entrei numa pista de corrida sem poder andar rápido. Eu tinha que andar devagar para não classificar o carro.

Paraná-Online

– Quando você soube que teria de fazer isso?

Bernoldi

– Eu sabia desde a manhã que tinha de dar uma volta pelo menos, para a equipe não tomar uma penalidade. Mas sabia que não podia andar rápido.

Paraná-Online

– Para você, essa palhaçada era necessária?

Bernoldi

– Não sei, a equipe tem problemas financeiros, e se tomasse a multa seria ainda pior para o futuro. Nem sei se a equipe terá algum futuro, mas eu sou piloto deles, tenho de fazer o que eles me pedem. Me pediram para não andar rápido, e foi o que eu fiz.

Paraná-Online

– E agora? O que vai acontecer com você e com a Arrows?

Bernoldi

– Não sei, não tenho a menor idéia. Acho que tenho de olhar para outras possibilidades em outras equipes se quiser continuar na F-1.

Paraná-Online

– Você acha que corre na Alemanha?

Bernoldi

– Eu tinha certeza de que correria aqui. Mas, nesse momento, não sei mais.

Paraná-Online

-Foi o pior dia da sua carreira?

Bernoldi

– Foi, com certeza. Foi um dia em que eu não perdi uma corrida, não cometi um erro. Eu estava na pista dentro de um carro de corrida e não podia fazer o que eu sei. Fui impedido de fazer o que eu faço como profissão desde os sete anos de idade.

Paraná-Online

– Tom Walkinshaw dá alguma satisfação a você e ao Frentzen?

Bernoldi

– Depois de Silverstone eu tinha garantia de que ia correr até o fim do ano. Na corrida seguinte nem corro, então é difícil saber no que eu posso acreditar.

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