Depois de perder o evento de MMA Shooto 52 pela falta de eficiência na conclusão das obras de instalação do teto retrátil da Arena da Baixada, a tampa do caldeirão, que tornará o Joaquim Américo em um dos grandes complexos de entretenimento da América Latina pode ganhar mais um entraves nas próximas semanas. Por descumprir alguns procedimentos de segurança e diversas orientações dos engenheiros da Lanik I.S.A., que é a responsável pela supervisão de montagem da estrutura retrátil, o Atlético pode perder a empresa espanhola no processo de colocação do teto do seu estádio.

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“Os projetos para nós são as primícias básicas para construção de qualquer estrutura metálica, onde devemos verificar todas as influências que possam alterar o custo da obra e a segurança dos montadores. Nossos engenheiros têm uma visão negativa em vista de como essa estrutura deve ser executada com qualidade, atendendo as especificações técnicas dos materiais, baseados em normas, procedimentos e no atendimento às necessidades técnicas”, pontuou o diretor-executivo da Lanik I.S.A., César França.

O dirigente da empresa informou que ontem a segunda viga do teto retrátil foi içada, mas, a exemplo do que aconteceu na semana passada, sem as condições de segurança adequadas e principalmente sem a autorização dos engenheiros da Lanik I.S.A. “O clube está fazendo o que bem entende. Um engenheiro espanhol já retornou para a Espanha e os outros dois vão voltar no dia 5 de dezembro.Retornaremos somente com acordos técnicos com segurança de trabalho, projetos com viabilidade e prazo real. Não havendo essas condições iremos desistir do projeto. Só haverá o retorno se houver esse acordo com o clube e isso acontecerá após o dia 10 de janeiro”, avisou França.

Com a segunda viga do teto retrátil já içada, França ressaltou que os guindastes contratados pelo Atlético não têm capacidade para içar as demais vigas e, por isso, o processo agora se tornará mais lento. “O ritmo de produção e o volume de produção da primeira viga, com junção do módulo será mais lento, e este por sua vez menos do que o terceiro módulo, e assim por diante até a colocação do décimo segundo módulo. Porém, todas as atividades são isoladas devido à complexidade da altura e vento e o andamento físico da produção torna-se mais lento a cada içamento, motivo da impossibilidade de prazos, a cada viga pior fica a situação e maior são as distâncias. Os guindastes não chegam até a terceira viga e a partir dela não tem mais alcance”, detalhou.

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Com todos estes contratempos e com a possibilidade real da Lanik I.S.A. deixar o projeto em caso de novos conflitos e divergências de opiniões com a diretoria do Atlético, o prazo para a finalização da instalação do teto retrátil deverá se estender, segundo França, até final de fevereiro pelo menos. “Sendo muito otimista, tudo deverá estar pronto até o final de fevereiro ou começo de março”, informou.

Sem garantia

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Apesar de o Atlético ter depositado em juízo a quantia de 94 mil euros na ação que moveu contra a Lanik I.S.A. para que a empresa cobrasse este valor previamente combinado entre as partes, não há a garantia de que o clube vá pagar a dívida. A empresa forneceu o material da estrutura retrátil e ficou responsável pela supervisão na montagem da obra. “Não temos a garantia que vamos receber e devemos contratar um advogado de Curitiba para acompanhar o caso”, concluiu César França.