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Em teste final para Eliminatórias da Euro, Alemanha joga para afastar suas crises

Sem vencer um jogo válido por uma competição oficial desde o dia 23 de junho de 2018, quando superou a Suécia por 2 a 1, no sufoco, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo na Rússia, a seleção alemã entra em campo nesta quarta-feira, às 16h45 (de Brasília), contra a Sérvia, na Volkswagen Arena, em Wolfsburg, com o objetivo de começar as afastar as suas crises, dentro e fora de campo.

O amistoso em solo alemão será o último de preparação para as Eliminatórias da Eurocopa de 2020, nas quais o time comandado por Joachim Löw fará a sua estreia diante da Holanda, no domingo, em Amsterdã, quando voltará a encarar uma pedreira em meio a um ciclo no qual a seleção enfrenta um processo de reformulação que visa principalmente a Copa do Mundo de 2022, no Catar.

Eliminada do Mundial do ano passado na fase de grupos, com direito a uma derrota para a Coreia do Sul para selar o vexame histórico amargado pelo país, a Alemanha deu início ali a uma má fase que parece ser interminável. Depois da Copa, a equipe nacional ainda foi rebaixada para a segunda divisão da Liga das Nações da Uefa ao somar apenas dois pontos em quatro jogos na elite da recém-criada competição europeia.

Como se não bastasse toda essa má fase, a Federação Alemã de Futebol vive uma crise com o principal clube do país, o Bayern de Munique, a quem irritou profundamente recentemente com a forma pela qual permitiu que Löw descartasse os defensores Mats Hummels e Jerome Boateng, além do atacante Thomas Müller, deste atual ciclo da seleção nacional.

Três velhos pilares da geração que faturou a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, eles foram comunicados pelo treinador desta decisão em uma visita do comandante ao Bayern não avisada por antecipação ao clube, que chegou a publicar uma nota oficial para reprovar o procedimento que expôs de forma negativa os três atletas da equipe bávara.

E a visita ocorreu às vésperas do duelo de volta contra o Liverpool, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, da qual o time alemão acabou sendo eliminado em casa com uma derrota por 3 a 1 depois de ter conquistado um importante empate por 0 a 0 na partida de ida, na Inglaterra.

NOVA GERAÇÃO – Disposto a enfrentar as críticas, Löw trouxe os defensores Lukas Klostermann (RB Leipzig) e Niklas Stark (Hertha Berlin) e o meia Maximilian Eggestein (Werder Bremen) como principais novidades entre os jovens convocados para este amistoso contra a Sérvia e a partida diante da Holanda no domingo. E na última terça-feira ressaltou que está “assumindo um risco” ao apostar em alguns nomes da nova geração, mas ele enfatizou “ter certeza de que eles vão dar conta do recado”.

Serge Gnabry (Bayern de Munique), Timo Werner (RB Leipzig) e Leroy Sané (Manchester City), todos com 23 anos de idade, foram os três nomes listados como atacantes nesta última convocação da seleção alemã. Sané, por sinal, foi alvo de vários elogios de Löw na terça. “Ele é muito habilidoso e conseguiu trazer isso para o campo nos últimos seis meses. Sané ainda tem muito potencial e pode se tornar muito importante para a seleção alemã”, ressaltou.

O meia-atacante Marco Reus tem os mesmos 29 anos do descartado Müller, mas atravessa bom momento no Borussia Dortmund e conseguiu manter o seu espaço com Löw na seleção alemã. O mesmo vale para o goleiro Manuel Neuer, de 32 anos, e para os também experientes meio-campistas Toni Kroos e Ilkay Gundogan, com respectivamente 29 e 28. Este quarteto foi incluído na lista de nomes chamados para estes dois próximos jogos.

CRITICADO ATÉ POR KLINSMANN – E o fato de ter mantido alguns veteranos e descartado outros de peso agora foi visto como uma decisão incoerente para muitos na Alemanha, pois Müller, Boateng e Hummels (estes dois com 30 anos cada) voltaram a ser chamados para jogar a Liga das Nações após o Mundial de 2018. E uma das vozes importantes que se posicionaram contra esta opção de excluir este trio de um ciclo que vai até 2022 foi a de Jürgen Klinsmann, ex-atacante e ex-técnico da seleção alemã, cargo que ocupava quando Löw era o seu auxiliar antes de assumir o comando do time nacional logo depois da Copa de 2006.

“São jogadores de alto nível, campeões do mundo. Se precisar, é muito importante poder recorrer a eles”, disse Klinsmann, que vê o treinador que o substituiu à frente da seleção sob “grande pressão” e “precisando muito de vitórias”, conforme ressaltou em entrevista ao jornal alemão Bild nesta semana.

Pressionada, a Alemanha integra o Grupo C das Eliminatórias da Eurocopa de 2020, que, além da Holanda, conta ainda com Bielo-Rússia, Irlanda do Norte e Estônia.

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