Em quase duas horas de depoimento no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), jogadores e dirigentes do Tigre afirmaram que foram vítimas de uma “emboscada” por parte de seguranças do São Paulo e policiais militares.

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O time argentino disputou na noite de ontem a final da Copa Sul-Americana contra o São Paulo. Após o primeiro tempo (que o time de casa venceu por 2 a 0) houve uma confusão generalizada no vestiário dos visitantes. O Tigre não voltou para o segundo tempo e o São Paulo foi declarado campeão.

“Houve um desentendimento após o final do primeiro tempo, quando nossos jogadores desceram para o vestiário havia seis seguranças esperando por eles. Foram agredidos com cassetetes e ameaçados com armas de fogo”, contou o presidente do Tigre, Rodrigo Molinos.

José Francisco Mansur, assessor da presidência do São Paulo, sustenta versão oposta. “Eles quebraram o vestiário do visitante, pegaram pedaços de pau e móveis e tentaram invadir o vestiário do São Paulo, nossos seguranças apenas impediram.”

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Seguranças do São Paulo também foram depor na madrugada de hoje. Tantos os jogadores do Tigre quanto os funcionários do time brasileiro apresentavam ferimentos leves –cortes, arranhões e manchas roxas. No meio da pancadaria, a Polícia Militar foi chamada para intervir.

Segundos Molinos, a PM ajudou os seguranças do clube do Morumbi a bater nos jogadores argentinos. “Diante desse cenário, não tínhamos como ir para o segundo tempo”, disse. “Estamos num país que não é o nosso, onde a polícia te bate, não se pode jogar assim.”

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Molinos disse ainda que o Tigre “não reconhece” o São Paulo como campeão da Copa Sul-Americana –a Conmebol oficializou o título para o clube brasileiro.

Mansur, do São Paulo, ironizou a argumentação dos rivais argentinos. “É um time pequeno, que nunca disputou nada, ficaram com medo de perder por mais diferença e criaram esse problema para não jogar o segundo tempo”, disse.

Eram 4h30 quando os jogadores, dirigentes e integrantes da comissão técnica do Tigre deixaram a delegacia direto para o Aeroporto de Guarulhos, de onde voariam para Buenos Aires.