Representante do Brasil

Ela vendeu doce para seguir na ginástica e tem auxílio do irmão em torneios

Representante do Brasil no Mundial de ginástica rítmica, que está sendo disputado no Rio até domingo, Geovanna Santos fez da modalidade um assunto familiar. “Culpada” pelo irmão ter migrado para o esporte, nesta quinta-feira (21) ela tem nele um grande apoio até para a escolha das músicas para as apresentações.

João Marcos praticava badminton, mas, após acompanhar a caminhada de Jojô, como é carinhosamente chamada, se encantou pela ginástica rítmica.

“O meu irmão quis entender um pouco mais da ginástica. Fez um curso de arbitragem e passou. Depois, fez faculdade de educação física e, hoje, é treinador de ginástica rítmica junto com a minha treinadora lá no clube [ICESP], auxiliando tanto as meninas mais novas e a mim nas competições”, afirma a atleta.

“Além disso, também escolhe as minhas músicas, ajuda nos collants, os modelos ele quem escolhe também. Então ele ajuda nessa produção toda também”, completou.

Mais velho, João já dava alguns passos no esporte, mas em um rumo bem diferente: o badminton. Ele abriu mão de seguir com as raquetes em mãos em prol da caçula. “Depois acabei vendo ela fazendo ginástica, me interessei em relação aos códigos e tudo mais. Fiz a prova em 2014 [para árbitro] e passei e, desde então, sou árbitro estadual. Também atuo no clube dela trabalhando juntamente com a treinadora”.

A família de Jojô é natural de Pinheiros, Espírito Santo, uma cidade com cerca de 30 mil habitantes — a mãe Silvana era dona de casa e o pai Amarildo trabalhava com extração de granito. A ideia inicial era matricular a filha no balé, mas não tinha vaga disponível naquele momento, e a ginástica foi uma alternativa.

Quando a ginasta conseguiu uma vaga no Projeto Campeões do Futuro, a família foi para Vila Velha. “Imaginávamos que ela ia muito longe, porque a garra dela é muito grande. É uma menina muito valente, que trabalha e treina muito”, conta a mãe.

Muito antes do Mundial, a família de Geovanna chegou a vender rifas e doces para angariar fundos para que ela participasse de competições.

Fizemos muita rifa, vendemos muitos docinhos, muitas empadinhas. Saíamos nas ruas vendendo para poder arrecadar dinheiro para poder ajudar ela no esporte.Silvana

Dona Silvana e João Marcos, inclusive, estiveram na Arena 1, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, com camisas personalizadas para torcer por Jojô. “É um sonho que ela está realizando de desfrutar o Mundial em casa. Queremos que ela entre na quadra e possa sair feliz. Temos apenas gratidão por tudo. Imaginávamos que ela ia muito longe, porque a garra dela é muito grande”, diz João.

Geovanna se apresentou em maças e fita na manhã desta quinta-feira (21) (21). Nas maças, obteve 12.800, ficando na sexta colocação, até o início do segundo bloco de ginastas — são quatro. Na fita, conquistou 11.700, na sétima posição parcial. No primeiro dia de torneio, obteve 27.500 na bola e 28.400 no arco, ficando na 10ª colocação em ambos os aparelhos.

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