Aos 30 anos, Edson Luciano Ribeiro foi o homem mais rápido do Troféu Brasil de Atletismo. Neste domingo, no encerramento da competição, no Ibirapuera, em São Paulo, ele roubou a cena de Maurren Maggi e brilhou ao vencer pela primeira vez os 100 metros, com tempo de 10s20. Com essa marca, conquistou ainda os índices para os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e o mundial de Paris, ambos em agosto, que exigiam 10s21 e 10s20, respectivamente.
Satisfeito por ter conseguido os índices na penúltima chance – a última seria o sul-americano da Venezuela, no próximo fim de semana -, Edson agora vai buscar o reconhecimento em uma prova individual. “As pessoas me conhecem por causa da minha participação nas equipes do revezamento 4×100 m (em que foi prata nos Jogos Olímpicos de Sydney/2000). Com esta chance de competir nos 100 m, certamente estarei mais disposto para qualquer prova.”
Edson havia corrido os 100 m ainda em 1995, no pan de Mar del Plata. “Ficava meio triste em ver os amigos treinando para provas individuais e eu só para o revezamento. Se tivesse perdido hoje, estaria pensando em parar de correr”, revelou. Para a final deste domingo, a preparação foi totalmente psicológica: “Estou gripado, com dor nas costas e nariz trancado. Não tinha muito o que fazer a não ser pedir ajuda a Deus. Procurei não pensar em nada triste. Se a cabeça não está bem, não adianta estar na melhor forma física.”
Atrás de Edson veio o carioca Jarbas Mascarenhas, que fez 10s21. O atleta de 22 anos, diferentemente do vencedor, recebeu a notícia de que havia conquistado o índice para o pan com surpresa. “Não esperava mesmo. Estou há quatro meses treinando em São Paulo e há mais de três anos estava estacionado nos 10s40 lá no Rio de Janeiro”, contou. Ele tem grandes chances de integrar a equipe do 4×100 m no pan, ao lado de André Domingos, Claudinei Quirino e Edson.
Jaime Neto Júnior, um dos técnicos que irá para o pan na República Domicana, ficou satisfeito com o desempenho do novato Jarbas Mascarenhas. E aposta que o Brasil não passará por turbulências no processo de renovação – Claudinei e André já anunciaram que após o mundial de Paris deixam a equipe brasileira do revezamento.
Maurren Maggi fez o esperado: venceu o salto em distância e comemorou com a família, amigos e a cadela “Meggy” mas reclamou do desempenho. “Fiz 6,75 m, que não foi uma marca boa, mas estou cansada da viagem à Europa”, explicou. A segunda colocada na prova foi Keila Costa, com 6,52 m, seguida de Luciana Alves dos Santos, com 6,34m.
Outros campeões: 400 m sobre barreiras – Lucimar Teodoro (56s28) e Eronilde Araújo (49s40); 800 m – Luciana de Paula Mendes (2m03s31) e Osmar dos Santos (1m45s94); 100 m – Lucimar de Moura (11s57); revezamento 4X400 m – as duas foram vencidas pela Unoeste/Brasil Telecom – 3m31s37 no feminino e 3m05s45 no masculino; lançamento do dardo – Luiz Fernando da Silva (77,16 m); arremesso do peso – Elisângela Adriano (18,56 m); salto em altura – Jessé Farias de Lima (2.27 m – recorde brasileiro).
A BM&F venceu o Troféu Brasil, com 746 pontos, seguida da Unoeste/Brasil Telecom, com 318, e Arpoador, com 169. Competiram 88 equipes, de 16 Estados mais o Distrito Federal, com 700 atletas.