Edilson Pereira de Carvalho lança Cartão Vermelho

São Paulo – Depois de muito mistério, o livro do ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho, Cartão Vermelho, foi lançado ontem na Bienal do Livro e, apesar de a Editora Mundo Editorial ter tomado precauções e buscado parecer jurídico antes da sua publicação para evitar ações judiciais, o conteúdo tem sua força.

Não tanto pelos detalhes do escândalo no qual se envolveu e que resultou na anulação de 11 jogos do Campeonato Brasileiro do ano passado, mas por não poupar rancor ao falar dos desafetos – em especial o ex-presidente da comissão de árbitros da CBF, Armando Marques – e da politicagem nos bastidores da arbitragem.

Edilson não apareceu na Bienal para divulgação do seu livro. Teme ser hostilizado em lugares públicos. ?Estamos estudando uma forma de garantir a segurança do Edilson e, assim, organizar uma entrevista coletiva sobre o livro, talvez até uma sessão de autógrafos?, disse a sócia-proprietária da Mundo Editorial, Haydeê Perez. Segundo ela, a curiosidade das pessoas pela publicação foi grande no primeiro dia, mas admitiu que um visitante não poupou palavras de baixo-calão ao ver o pôster de divulgação com a imagem do árbitro na capa do livro.

Até o final da tarde de ontem, apenas seis dos três mil exemplares impressos haviam sido vendidos. ?Na Bienal o objetivo principal não é tanto vender exemplares, mas fazer contatos, e quanto a isso estamos satisfeitos, pois várias distribuidoras entraram em contato interessadas em distribuir nosso livro?, explicou Haydeê.

Sobre as precauções tomadas antes da publicação do livro, ela é enfática. ?Só publicamos as coisas que podíamos provar.?

No livro, Edilson dá sua versão dos fatos e afirma que, apesar de ter recebido dinheiro de Nagib Fayad para manipular o resultado de várias partidas do Brasileirão – por estar em uma situação financeira deplorável -, nunca agiu de fato para que isso acontecesse. Antes disso, porém, ele conta sua trajetória na arbitragem, onde relata dificuldades que passou por causa da briga de interesses envolvendo árbitros e dirigentes. E deixa claro que progride mais rápido quem se submete aos interesses dos que comandam a arbitragem. No fim, Edilson mostra arrependimento e pede desculpas à sociedade.

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