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Ecclestone vê sucesso de Ferrari e Red Bull como chave para F-1 retomar audiência

De volta aos boxes da Fórmula 1 pela primeira vez desde que deixou o comando da categoria, Bernie Ecclestone falou nesta sexta-feira, no GP do Bahrein, sobre as dificuldades em tornar a disputa mais atrativa aos espectadores.

Na opinião do empresário de 86 anos, não há muito o que ser feito pelos seus substitutos. “As corridas é que estão ruins. Se tivéssemos a Ferrari indo bem e a Red Bull indo bem, ficaria atrativo novamente e o público voltaria a se interessar”, comentou.

Desde 2010 que a Fórmula 1 tem sempre apenas uma disputa entre pilotos da mesma equipe pelo título. A Red Bull reinou entre 2010 e 2013 e depois a categoria foi dominada pela Mercedes. Mas Ecclestone acredita que as coisas vão mudar.

“As corridas estão melhores este ano do que no ano passado”, acredita. Após duas etapas disputadas, o tetracampeão Sebastian Vettel, da Ferrari, e o tricampeão Lewis Hamilton, da Mercedes, estão empatados na ponta com uma vitória e uma segunda colocação cada.

Ecclestone anunciou em janeiro sua saída da Fórmula 1 após 40 anos. No período em que esteve no comando, transformou a categoria em um negócio multimilionário. Começou negociando circuitos para a temporada, depois assumiu a parte comercial e conseguiu atrair a atenção das TVs do mundo inteiro.

O posto de chefe executivo atualmente pertence a Chase Carey, enquanto a diretoria comercial é ocupada por Sean Bratches. “Falei com Chase hoje pela manhã sobre um ou dois assuntos”, disse Ecclestone. “O Sean nunca encontrei. Sinto muito pelo Chase assumir a Fórmula 1 neste momento difícil”, prosseguiu.

Ecclestone também minimizou os efeitos provocados pelas mudanças do novo regulamento técnico instituído para esta temporada, como a largura maior dos pneus traseiros, as novidades aerodinâmicas, a volta do barulho dos motores. “Os pneus são os mesmos de cinco anos atrás. É a mesma coisa. Todo ano mexem em pedaços, colocam uma coisa ali, tiram outra dali. Mas não fazem muito para os carros”, opinou.

A Liberty Media, controlada pelo magnata John Malone, adquiriu em janeiro o direito de explorar a F-1 no lugar do fundo de investimentos CVC Capital Partners. Chasey, um veterano executivo do canal de TV FOX, assumiu o comando com o objetivo de alavancar a audiência se utilizando de mais plataformas para alcançar diferentes públicos, não apenas os dos grandes aficionados pela categoria.

“Nos tempo que comandei a companhia tentei garantir que os acionistas ganhassem dinheiro. Isso não significa que seja o que vai guiá-los. Ele (Carey) quer deixar os espectadores mais felizes, eu acho”, falou Ecclestone.

Nos últimos anos, foram regularmente levantadas questões sobre a distribuição

da riqueza na F-1 e o temor do impacto em deixar de fora clássicas etapas da temporada, como o GP da Itália e o da Alemanha por conta do alto valor das taxas impostas aos organizadores das provas para entrar no calendário da categoria.

Ao analisar hoje o seu trabalho como chefe máximo da F-1, Ecclestone acredita que poderia ter feito coisas diferentes. “Eu os cobrava muito, preocupado com o que a gente queria oferecer. Então me sinto responsável. Não tem nada a ver com a Liberty Media. Nós não entregamos o show que nos comprometemos a fazer”, finalizou.

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