É hoje a festa do futebol. Tem campeão na Baixada

Chegou o grande dia! Num duelo de gigantes e de artilharia pesada, Atlético e Coritiba se enfrentam para tirar a limpo quem é o melhor.

Dentro de campo, ou fora dele, os combatentes já mostraram suas armas, mas vai ser às 16h de hoje, na Arena da Baixada, a verdadeira prova de fogo que vai definir se o Alviverde mantém a hegemonia e conquista o bicampeonato ou será o Rubro-Negro que vai reconquistar um título que foi dele várias vezes nos últimos anos.

As credenciais de cada um não são pouca coisa. O Coxa ganhou o primeiro confronto por 2 a 1 e entra em campo com a vantagem de jogar por um empate. Por seu lado, o Furacão mostra que tem o melhor ataque e a melhor defesa da competição e qualquer vitória lhe dará o título. Não bastasse isso, ainda haverá alguns duelos pessoais entre artilheiros e goleiros. Durante a semana, houve o tradicional bate-boca dos cartolas, mas nada que ofusque a grande decisão. Porque, como há muito tempo não acontece, as duas equipes têm verdadeiras estrelas para dar o brilho necessário ao jogo do ano.

No ataque, verdadeiras máquinas de fazer gols, tanto de um lado como de outro. No Atlético, Washington marcou dez gols em dez jogos e corre atrás de Tainha (que tem 11) na busca da artilharia da competição. Ao lado dele estão Ilan, com sete, e Jádson, o meia prodígio, com seis. Do outro lado, o Coritiba ataca até com experiência internacional. O colombiano Aristizábal já anotou quatro tentos, o mesmo número que o papa-léguas Luís Mário e o ex-atleticano Tuta (que só jogou cinco vezes).

Todo esse fogo pode até assustar um goleiro menos experiente, mas no caso do clássico de amanhã, esse atacantes vão ter que mostrar muito futebol e muita inteligência para furar o bloqueio do rubro-negro Diego e do alviverde Fernando. Os dois são os melhores do campeonato e também disputam para ver quem será o melhor. Diego tomou apenas 10 gols em 13 partidas (média de 0,76), enquanto Fernando levou 11 em 14 jogos (média de 0,78). Números excelentes para quem tem a função de evitar a alegria do futebol.

Com tantos ingredientes, a torcida não perdeu tempo e tratou de conquistar um lugar na Arena para assistir a partida. Os 20 mil ingressos se esgotaram em poucas horas na quarta-feira e quem não conseguiu o precioso bilhete e ainda quiser assistir ao embate terá que procurar um cambista e pagar até o quíntuplo pela entrada ou se concentrar na frente da televisão e desfrutar do maior clássico do Estado do Paraná.

Atlético terá Washington

O mistério foi a tônica na semana inteira pelos lados do CT do Caju. Até ensaio de treino secreto aconteceu, mas o técnico Mário Sérgio voltou atrás e confiou no trabalho ao longo do campeonato como preparação para a grande final do campeonato paranaense. Em nenhum momento, houve algum esboço em campo do que poderia ser o time para enfrentar o Coritiba, às 16 horas de hoje, na Arena. No máximo, algumas pistas.

Entre elas, de que o atacante Washington, artilheiro e ídolo da torcida, possa voltar e marcar os gols necessários ao título. De acordo com o treinador, a forma de jogar na primeira partida da decisão não era a mais apropriada para o matador. Agora, a situação é diferente e o “coração valente” deve ter presença garantida.

Experiente no futebol brasileiro e internacional, ele já está acostumado com os vários tipos de humor dos treinadores. “É comum na minha carreira como treinador divulgar a equipe apenas momentos antes do jogo começar. Era assim em várias equipes e será assim no domingo (hoje)”, pondera. Apesar disso, ele já se colocou à disposição para ser o homem-gol na decisão. “Eu sei que nesse jogo vão precisar de mim e eu estou preparado”, aponta. Essa vontade parece ter convencido o treinador. “O Washington tem grandes possibilidades de jogar”, insinua Mário Sérgio.

Além dele, o zagueiro Rogério Correia é outro que também está praticamente garantido. “Ele é meu jogador de confiança e meu capitão, apesar de que nesse jogo o capitão vai ser o Diego”, antecipa o treinador, que vai desfazendo alguns mistérios, mas guarda outros na manga para confundir o técnico Antônio Lopes, do Coritiba. “Eles têm um treinador bastante inteligente e qualquer pista que eu der poderá ajudar o time deles”, explica.

Por isso, os trabalhos da semana foram todos com titulares e reservas misturados, muito treino técnico, pouca tática e nenhum coletivo. Nada que pudesse revelar detalhes do que Mário Sérgio quer para a partida de hoje. A tendência é que a estrutura que atuou nas primeiras fases do estadual seja mantida e que um time mais criativo seja colocado em campo.

Adriano deve ser escalado

O Coritiba entra em campo precisando apenas de um empate para ser campeão e com poder de fogo máximo. Apesar de o departamento médico ainda não ter liberado o lateral-esquerdo Adriano, o técnico Antônio Lopes está confiante na presença de um dos maiores articuladores da equipe.

No último treinamento antes da disputa de hoje, Adriano entrou no gramado e treinou por alguns minutos. Com uma contratura muscular na coxa direita, sofrida na terça-feira, durante a partida contra o Sporting Cristal, ele vem tendo uma recuperação acima da média, mas só estará oficialmente liberado após avaliação médica pouco antes do jogo. Afinal, um pouco de mistério deixa o clássico decisivo ainda mais charmoso.

Tirando isso, o time do Coritiba será exatamente o anunciado pelo técnico Antônio Lopes na quarta-feira, após a vitória e eliminação do Coritiba na Libertadores.

No primeiro jogo da final, com o centroavante Tuta suspenso, Lopes deu passagem ao habilidoso meia Rodrigo Batatinha, que além de ter sido o principal articulador na vitória por 2 a 1 de sábado, ainda sofreu a falta que resultou na expulsão de Vânderson. O treinador reconheceu o bom desempenho de Batata, mas não abre mão de colocar em ação na grande final a trinca de ouro, formada por Aristizábal, Luís Mário e Tuta, que passou a semana se recuperando de uma contratura. O jogador, que há seis anos foi o artilheiro do Atlético no estadual, com 19 gols, enfrenta pela primeira vez o ex-time com a camisa do arqui-rival. “Vai ser algo diferente na minha carreira, ainda mais porque será minha primeira final em Atletiba. É de arrepiar”, diz. Em 98, quando a final foi disputada em Atletiba e o Rubro-negro levou a melhor, Tuta ficou de fora da final, pois se recuperava de uma lesão grave no tornozelo.

Com o apoio do ex-atleticano, o Coritiba tenta quebrar uma incômoda marca que já vem carregada há quase 26 anos. A última vez em que o Alviverde venceu o Atlético em uma final de campeonato foi em 78. De lá para cá, houve quatro decisões e o Furacão levou a melhor em todas.

 CAMPEONATO PARANAENSE
ATLÉTICO  X CORITIBA

ATLÉTICO: Diego; Alessandro Lopes, Marinho e Rogério Correia (Ígor); Fernandinho, Alan Bahia, Ramalho (William), Jádson e Marcão; Ilan e Washington. Técnico: Mário Sérgio

CORITIBA: Fernando;

Jucemar, Miranda, Nascimento e Adriano (Ricardinho); Ataliba, Márcio Egídio e Capixaba; Luís Mário, Aristizábal e Tuta. Técnico: Antônio Lopes

Súmula
Local:

Arena da Baixada
Horário: 16 horas
Arbitragem: Marcos Tadeu da Silva Mafra, assistido por Rogério Carlos Rolim e Vágner Vicentin

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